quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
um pouco de delicadeza na província de d. joão vi
dos seus ombros
na tarde que cai
sobre os nossos
horizontes
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
manual de
domingo, 4 de dezembro de 2011
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
esmiuçar os dias
a fim de contar nos dedos
os fios de histórias
que caem
pelos teus cabelos
seria
- antes
como bailar por entre
os vãos
abrindo,
com os dentes
abismos em que caibam
as tuas saias
e seria
- por fim
como afogar-se em anil
restando somente aos teus calcanhares
os saltos,
bem como
os pulos.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
sábado, 29 de outubro de 2011
onde fazer um poema em que você caiba
dando de comer
aos faunos
percorrer as curvas
dos azulejos
incapazes
o abismo
esquadrinhado
em retas & guardanapos
eu e o grande acaso te afiançamos.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
é preciso estar atento e forte. não fiz nem um nem outro (a cartomante avisou, mas quem manda não acreditar em cartomantes).
esgarçar-se em alhures. cometer o mar além das tardes de são paulo.
i was born to be blue and all that - bem baixinho, repetido, inexorável.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
sentei, lívida, diante de um telefone que chamava e chamava, perdido.
sábado, 22 de outubro de 2011
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
terça-feira, 20 de setembro de 2011
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
domingo, 11 de setembro de 2011
Amigos & amigas,
Vocês que me amam e me acompanham sabem que venho fazendo um filme sobre a Ana Cristina Cesar há dois anos e é com muito amor que eu digo que ele vai estrear com honras & pompas no Festival do Rio desse ano!
Eu comecei a fazer esse filme de uma maneira completamente absurda, sem nenhum incentivo, perdendo todos os editais e acreditando tão somente na força da Ana e das pessoas que ainda mantêm a poesia dela viva. Jamais poderia imaginar que ele seria exibido no festival, ainda esse ano, e ainda mais em uma mostra tão linda que já exibiu filmes belíssimos, como a Retratos.
Só posso agradecer, de coração, a todos vocês que possibilitaram que esse filme acontecesse. Como eu disse para o Armando, na semana passada que fui à casa dele, Bruta Aventura é uma declaração de amor à Ana, a minha declaração. E vocês, todos vocês, a tornaram possível.
Obrigada, sempre, e com muito amor,
L.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
daquelas
terça-feira, 16 de agosto de 2011
me perdoa?
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
my dear,
mudar? o que você quer mudar? o mundo? sorry, babe, don't buy that. tell me something more.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
terça-feira, 9 de agosto de 2011
carta aberta a paula m.
bruta aventura em versos, however, é um filme de tigres e janelas.
sobre tigres:
não sei da primeira vez que li a ana. lembro do impacto, da unha zunindo no ouvido, do arranhão provocado pelas ondas do wide sargasso sea. wild child. a ana me ensinou com quantos azuis se faz som, com quantos cacos de vidros se constrói um horizonte. um poema. a idéia do filme veio como um sopro, natural e suave, em uma conversa com um amigo - que virou o produtor executivo - e me consome, todos os dias, há um ano e meio. veio também medo, enorme e ressaqueoso - quem sou eu para falar da poesia da ana?
sobre janelas:
uma coisa só eu tinha na mente: bruta aventura tem que ser delicado. é, eu sei, o trocadilho é ruim, mas é verdadeiro. nos versos da ana, eu encontro o máximo da delicadeza que tento imprimir a tudo que faço: seja poesia, seja cinema. entre todos os caminhos possíveis para este filme, este, de agora, ergueu-se ao longo dos meses, entremeado, datilografado, sussurrado. acima de tudo, ter a ana no filme era um desafio. porque ela escapa, sempre. é falar de pássaros, de janelas entreabertas, daquele rastro de quem já foi mas esqueceu o lenço.
nunca consegui trabalhar com certezas; talvez minha marca seja mesmo esse tripé errático. até hoje, ao ler a sua carta, estava sem dormir, pensando se, afinal, tudo não foi um grande erro e a visão que eu queria passar sobre a ana, sobre a literatura da ana, sobre essa poesia que me roubou e rouba ainda o ar, não estava apenas na minha cabeça.
pelo visto, não. muito obrigada. as cortinas ainda precisam ser entreabertas e os tigres, amansados, mas a certeza está um pouco mais reconfortada: sabe que é caminho.
para estar à altura do seu, aqui vai um meu possível final, que eu ainda me debruço sobre:
ana,
será que se eu - ao invés de roer unhas - contasse menos mentiras, tivesse oblíquos os olhos e despisse os verbos - se eu narrasse em fios, fios lençóis de seda - fosse competente e não covarde - será que, por dentre os carros, você esfumaçaria a noite e gritaria em mim?
de novo, obrigada.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
quinta-feira, 28 de julho de 2011
quarta-feira, 20 de julho de 2011
terça-feira, 19 de julho de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
sexta-feira, 1 de julho de 2011
segunda-feira, 27 de junho de 2011
para uma foto de w.c.
na ponta dos dedos, desenha
a luz, da mão que me
a cidade, já distante, sorri:
terça-feira, 21 de junho de 2011
domingo, 19 de junho de 2011
sexta-feira, 17 de junho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
sexta-feira, 10 de junho de 2011
quinta-feira, 9 de junho de 2011
terça-feira, 7 de junho de 2011
prezado 2011,
segunda-feira, 6 de junho de 2011
reticências
autorretrato
meio fio,
meio do caminho.
watch out! new road layout ahead
nariz empinado,
viadutos,
colisões
Arquitetura de uma paisagem:
no espaço
o amanhã se escreve a lápis
domingo, 5 de junho de 2011
Quanto à sua surpresa, lembre-se de que Buenos Aires é uma cidade grande, como eu gosto.
Voltando ao assunto inicial: Brizolla e Jango viviam entre o RGS e o Uruguai como se fossem uma mesma região- aliás são. Daí a minha curiosidade pela fronteira.
sábado, 4 de junho de 2011
quinta-feira, 26 de maio de 2011
domingo, 22 de maio de 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
segunda-feira, 16 de maio de 2011
não se vê nada daqui
por fim, o que há:
intimidade
enquanto você não vem:
suspiram
aliviadas.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
segunda-feira, 9 de maio de 2011
sexta-feira, 6 de maio de 2011
eu estendo a mão
- você, já trôpego
pelo abismo
os ângulos, retorcidos
sequer conversam:
tigres de águas doces
desenhos em
carvão
uma voz que me martela
os dedos.
há dias em que quando acordo,
você,
há muito.
e me quedo quieta
contando as farpas de madeira
nos azulejos, ao lado da cama,
nos espelhos.
afinal, o que queres aqui?
asfalto?
pérolas?
a simetria dos horizontes:
(pelos vãos)
terça-feira, 3 de maio de 2011
segunda-feira, 2 de maio de 2011
poema mal resolvido
bater à maquina, enquanto
o ressoar das gaivotas, à tarde
dorme.
qualquer fosse o discurso
- culpa, devaneio,
foto preto & branco azulada pelo tempo
já não mais arranca dentes:
continuam, todos
a enternecer o
amassado.
tantas histórias, tantos caminhos.
quero voltar àquela casa -
do cimento, fazer-me asa
para, enfim,
entardecer.
E nunca terei
Penso em João.
João dos olhos fundos
E alma triste,
Alma de pugilista:
das cordas, sobrevive-se
A tudo.
João, para quem eu falaria
Do outro João:
o de longe, o de Recife
A existência no mar
verde azulada, acanhada de
Ondas.
O horizonte de João.
Do que quis e nunca tive:
labirinto, restingas,
descaminhos e bússolas.
Todas inventaria
e as daria a João.
Mas o filho é como o pássaro:
Azul.
Azul que nunca tive
(e me chama)
sexta-feira, 29 de abril de 2011
segunda-feira, 25 de abril de 2011
pensamentos de segunda-feira II
tenho um fiapo de voz:
me doem os excessos
do sábado
acordo a conta-gontas
até a hora do almoço
segunda-feira, 18 de abril de 2011
domingo, 10 de abril de 2011
sábado, 9 de abril de 2011
quarta-feira, 6 de abril de 2011
a m. rubin
tudo o que nunca
disse.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
chão:
a palavra interrompida na ordem do dia.
vãos em madeira quente:
(de lá, apontam)
suspenso, o salto.
você dormia
de resto, os pássaros
o jornal amarfanhado
e o branco enrodilhado à areia.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
(ah! eu tava na aula hoje de teoria da história e o professor falou que a modernidade se caracteriza pela supressão da experiência para o afogar da expectativa.
quinta-feira, 31 de março de 2011
relicário de desejo
inabaláveis, de recorte à janela
gritam:
trôpegos de delicadeza
descobrem o caminho de budapeste
em uma reza, as mãos coladas:
Mas não consegui. A primeira carta que escrevi, a considerei dura demais. Depois, achei que não estava sendo de todo sincera e, por último, achei que não conseguiria colocar em palavras a nossa relação. Você é a minha inspiração - uma mulher de sonhos e lembranças. (Gostaria de ter mais lembranças_.
Convivo diariamente com as minhas memórias turvas e sem nome, em uma relação (na maior parte do tempo) saudável. Mas eu gostaria de ter lembranças. Tenho esperanças de ter isso um dia. Se tiver, quero você presente. Gostaria que você passasse o amor pela palavra para Cecília como você passou para mim. E a confiança de que tudo é possível. Você sempre me disse isso e acho que é daí que tiro a minha força.
Um beijo,
sábado, 26 de março de 2011
cecília que.
terça-feira, 22 de março de 2011
segunda-feira, 21 de março de 2011
terça-feira, 15 de março de 2011
domingo, 6 de março de 2011
eu, os alpes e você
but she's not afraid to die
the people all call her alaska
between worlds so people ask her
'cause it's all in her mind
it's all in her mind
alpes, me esperem! i come from iceland.
na falta do alaska, os alpes italianos. credo che stai molto bene.
quinta-feira, 3 de março de 2011
sobre tentativas de lágrimas
das lições esparsas, lembro de sempre conferir o lado correto do cigarro (um), gritar a todos os pulmões quando estiver por demais silencioso (dois) e nunca trancar a janela (três).
antes de dormir, me diz que chegou.
e eu ainda a olhar os diamantes, sem saber dos dedos, das unhas, do corte, da porta do táxi. sem sequer entender a carta que nunca chegou.
quando atravessar o campo significa atravessar calendários.
quarta-feira, 2 de março de 2011
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
carta aberta
sequer as águas de portugal fazem sentido depois dos peixes terem acordados mortos. eu não confio em você porque desaprendi a escrever; sigo esbarrando em lápis e canetas. forasteira aqui sou eu. da própria pele."
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
uma pausa
me pediram para definir a minha geração em termos razoavelmente compreensíveis. ratos correndo em labirintos? gavetas que se abrem e fecham enquanto as pessoas pulam de uma para outra? completa inabilidade com o mundo real? termos compreensíveis, termos compreensíveis.
um armário caótico: estamos todos insatisfeitos. o major problem não é a estrutura familiar nem o mercado de trabalho - somos nós. sou eu. incômoda com a própria pele. how to disappear completely: everybody cares, everybody understands. é cair entre os fiapos do vestido - desaparecer nas brochuras de lã, enrolar-se todo sem alinhavar sequer um braço.
cindy diz temer transformar-se nos pais. a inabilidade de sentir qualquer coisa com o passar dos anos. cindy quer ajudar as pessoas como médica porque já desistiu de mudar o mundo. (por que você fala desse jeito? é cruel!, dean reclama). cindy tenta construir uma identidade - a vida acontece, outra surge, gavetas abrem e fecham. veja só: cindy não se reconhece.
dean tampouco. dean não queria ser um pai de família - não queria sequer ser o marido de alguém. mas foi isso o que aconteceu, não foi? e ele se adequou a essa identidade. 'mas é só isso que você quer ser?' 'o que você quer que eu seja?'
esbarrar em pontes sem carregar uma mínima rota - talvez seja isso.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
círculos de gravidade: hoje os tigres acordaram mais cedo. e sobem, arrancando todos os panos presos ao muro.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
a question
And tell me truly, men of earth,
If all the soul-and-body scars
Were not too much to pay for birth.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
mais uma vez, esperar por um navio que não virá. a palavra em busca do furacão - a língua seca, à espera de uma âncora qualquer. pois não vem e nem virá, menina.
existe culpa atravessada, culpa mordida, culpa estendida no varal de trás da casa? existe remédio para o amargor da quinta-feira, às três da tarde? quantas doses são necessárias?
dois dias passados entre pedras, à espera da movimentação dos recifes portugueses. da costa, não vejo nada.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
(though sometimes running
- all my fears
hopes
desperate
thoughts
i'm afraid of the dark
i'm afraid of forgetting and being
i'm afraid of my losses
i'm afraid of days, swinging by
with no sort of chance
nor faith
domingo, 13 de fevereiro de 2011
do you mind? vou estender meus pés no pier até a hora de partir.
o pássaro negro do royal pavillion canta fados: e eu que me julgava loura e portuguesa!
[ lands are for those with maps]
do porto de brighton velejam navios, mulheres, novelas e canos
cidades sem nome, placas a serem inventadas, fios de devaneios.
[ me perco em todos]
and you know what?
home is a new road layout ahead
sábado, 12 de fevereiro de 2011
nascem braços onde deveriam haver placas
a saída mais próxima escapa; o vento arrasta as pernas, corre, corre longe
(corre solto)
o corpo já não aguenta - gatos, travesseiros, amarelos, que escrevem e desejam
e não conseguem dormir à noite.
malabarismo: equilibrar palavras
na ponta da língua
do outro lado do atlântico
você ouve o meu suspiro?
todo um oceano feito em deserto.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
what is ours is only ours
é muito estranho andar pela Gávea e sentir você em outro hemisfério.
ontem roubei três tintas suas:
uma azul do teu céu; uma vermelha do teu pé de poeta e outra amarela de seu sol.
Deveriam proibir nordestinos de viajar para Londres.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
fair share of abuse: na kodak, todos os balões de aniversários parecem maiores.
uma caneta escapa, escapam os lençóis por debaixo do pano, escapam as linhas de um bloco azul recém-comprado. boa coisa o guardian noticiou hoje: fará sol na inglaterra amanhã.
ana, resiste sempre. mesmo quando não dá, mesmo quando a ponta do dedo esquenta, quando os olhos verdes já foram embora - quando emperra, quando arranha. outra forma? só nascendo outra.
alimentar tigres: descrever espaços em brancos.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
this morning
i saw your blizzard
you can't always get
what you want but if you
try sometimes you might
used to create:
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
take a moment to reflect and find strength for the year ahead. focus on how pathetic your life has been until now. how dysfunctional your family is. how miserable your friends are. how much you hate your boss.
tudo que pensei, na verdade, foram nos olhos azuis do meu avô. nas águas do meu avô cabem todas as tardes de sexta-feira; e em como ele comprava sacos de balas e guardava no antigo pote de farinha, atrás do pote de leite - ele sempre foi maníaco por doces. em uma noite de ano-novo, há anos e anos, há vida atrás, minha mãe decidiu que iria divertir-se com os amigos e deixou-me com eles. uma insone incontrolável, eu queria tocar a passagem do ano: cruzar a linha em que um 95 qualquer morria e um 96 arreganhava os dentes. meu avô levou-me para a varanda da casa, naquele tempo inundada de diferentes flores, hoje, abandonada, e combinamos o seguinte: eu seria par, ele, ímpar. a cada carro que cruzasse nossa vista, anotaríamos o último número. e o ano que estava por vir pertenceria a quem ganhasse.
não faço a menor idéia de quem levou o 96. mas lembro dos seus olhos azuis. e dos meus olhos verdes. de como eles funcionavam bem juntos.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
hoje eu acordei e lá, da janela, estavam eles. correndo, sempre.
sábado, 22 de janeiro de 2011
dos lençóis, lembro do sorriso. do nosso, do construído, do arrendondado, duas xícaras quentes, asas grandes, vista para o indizível. me conta da volta, eu conto do fico.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
at camden
(...)
i am the man on the mountaaaaaaaaaaaaaaaaaain. shut up! they are gonna arrest us. for what? singing rolling stones? if we were singing, i dunno, let's say, kanye west, they could arrest us. i am the man who brings you roseeeeeeeeeees when you ain't got nooooooooooooooooooone.
(...)
say, let's do that: you go back to america tomorrow, right? and we're gonna write letters and postcards and etc. however, here's a better plan: we are going to send each other, every week, a tape with a song. and we are going to learn how to play it and how to sing it. so, in six months from now, when we will be back in london, we are going to perform all those songs in hyde park. and people will just say: FOLK MUSIC IS NOT DEAD!
you're just drunk.
(but that doesn't mean that i don't like that goddamn idea)
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
distance is a sea place to be.
quero te contar tudo agora antes que morra - vai, atende! senão, vou esquecer, trocar as bolas, os nomes, as fotografias. rostos que se perdem na multidão: preciso te contar da "celebridade" que cruzou a minha paradise street em liverpool. (tá frio aqui e ainda não são nem oito)
quebrei o polegar esquerdo.
se você lembrar EXATAMENTE onde estávamos há um ano atrás, eu te conto como. otherwise, you have to guess.
sabe, você faz falta. olhar pros teus olhos medrosos faz uma puta falta.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
my dear,
Como eu gosto dessa cidade, como eu me sinto em casa, aqui. Mais que do que no Rio, mais do que em qualquer lugar. Eu não conheço nenhum lugar after all, minhas andanças pelo mundo estão apenas começando (já te disse que vou passar meu aniversário na França?), mas meu beloging é totalmente à Londres. Home. Safety. É onde me encontro, me desvendo, me rasgo e me engulo - eu devoro cada rua de Londres como se fosse a minha. O Thames at night... Sair do Tate Modern e deparar-se com o Thames, iluminado, revolto, onduloso e mágico. Caminhar por calçadas que são assim, estiveram assim e permanecerão assim pela história da humanidade! Inglaterra é história, história, história. É conhecimento do mundo.
Comprei um livro de contos ótimo de um japonês. Chama-se The Elephant Vanishes. O cara escreve que só. Uma delícia ler em inglês e aprender mais & mais & mais palavras. English is my mother language, boy.
Ontem, no Tate Modern, inspirada por um pintor português, sentei diante dos quadros dele e comecei a desenhar. É um início, mas vamos caminhando. Fiz muitas anotações sobre o processo de composição dos artistas contemporâneos - esse cara, por exemplo, fotografa em P & B, silka numa tela, cobre com acrílico e desenha nas partes em branco com carvão. Fica do caralho. O Andy Warhol fotografa as pessoas, silkava com nuances propositais de impressão e pintava em óleo. Aprender, aprender, aprender. É só isso que eu quero na vida.
Ah, e esse fim de semana vou a Liverpool! Já disse isso? Devo ter dito. Próximo fim de semana vou a Portsmouth, extremo-sul da Inglaterra, onde a Ana morou por quase um ano (casou-se, imprimiu o caderno de desenhos, bla bla bla, toda a história). Eu, meu caderno de desenho LINDO que você me deu, minha camerinha 1920x1080 px e meu iPhone seremos muito felizes em Portsmouth. E eu espero que você esteja muito feliz aí também. Porque eu te amo pra caralho e quero te ver feliz sempre.
Acho muito legal quando eu vou comprar qualquer coisa na rua e as pessoas perguntam: Where are you from today, love? Tenho vontade de responder: Today, I'm from France but tomorrow, maybe I'll be Scottish. (Claro que eu sorrio e digo que sou brasileira, mas enfim). Os ingleses são warm e cosy e têm essa maneira delicada e elegante de serem warm and cosy sem perder a formalidade. That Kate Middleton type of look, you know?
Uau, já são 8:22 por aqui e eu tenho zilhares de coisas a fazer.
Meet me at Tottenham Square Tube station by 3 p.m!
Luv always,
domingo, 9 de janeiro de 2011
cezar, césar ou césares
it owns you.
comes out from your flesh
and bones -
surrenders you.
this poem walks with you:
side by side.
and when you try at dawn
unsuccessfully, doubtedly
to sleep -
me
reading it to you.
sábado, 8 de janeiro de 2011
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Sexta-feira: maps of England e bichos que vão virando coisas.
(para você, só para você)
- uma linha,
entre o azuli e o lilás.
Ambos crescem em labirintos, desenvolvem rabos, tercetas e outras ânsias de menor grado.
Dizem até que o azuli ensinou o
lilás a construir mapas e rugidos.
(mas quando você dorme, é o lilás que corre em reconforto, contra a gravidade
e a madrugada)