segunda-feira, 2 de maio de 2011

Penso no filho que não tive
E nunca terei
Penso em João.

João dos olhos fundos
E alma triste,
Alma de pugilista:
das cordas, sobrevive-se
A tudo.

João, para quem eu falaria
Do outro João:
o de longe, o de Recife
A existência no mar
verde azulada, acanhada de
Ondas.

O horizonte de João.

Do que quis e nunca tive:
labirinto, restingas,
descaminhos e bússolas.
Todas inventaria
e as daria a João.

Mas o filho é como o pássaro:
Azul.

Azul que nunca tive
(e me chama)