quinta-feira, 3 de março de 2011

sobre tentativas de lágrimas

a pessoa que eu era ficou lá, naquela mesa. no centro do terraço, havia uma mesa de aço (ou era madeira?) enorme, onde passávamos todas as horas - onde iríamos dominar o mundo, tão somente quintal das nossas luvas e copos mal lavados. éramos tanto. agora, diante dessa estrada que não reconheço como minha, como sua, como de ninguém, não tenho dedos suficientes para agir. sem roupas - a mão tapando os meus olhos de toda o azul marinho já há muito foi embora, liberta do seu garimpo. fico aqui, observando os diamantes crescerem à minha revelia. arde os olhos.

das lições esparsas, lembro de sempre conferir o lado correto do cigarro (um), gritar a todos os pulmões quando estiver por demais silencioso (dois) e nunca trancar a janela (três).

antes de dormir, me diz que chegou.

e eu ainda a olhar os diamantes, sem saber dos dedos, das unhas, do corte, da porta do táxi. sem sequer entender a carta que nunca chegou.

quando atravessar o campo significa atravessar calendários.