sábado, 29 de outubro de 2011

onde fazer um poema em que você caiba

contornar a tempestade
dando de comer
aos faunos

percorrer as curvas
dos azulejos
incapazes

o abismo
esquadrinhado
em retas & guardanapos


eu e o grande acaso te afiançamos.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

da janela, a consolação, a rua augusta, os prédios que não escondem. acordei tantas vezes, ainda imaginando onde você estaria. onde os carros, desavisados, dobraram a esquina. recebo o email da associação de antigos alunos e antevejo a cafonice. me dizem que não entendo de mulheres. não entendo de coisa alguma, só do desfalecer da alma. (isso também é cafonice).

é preciso estar atento e forte. não fiz nem um nem outro (a cartomante avisou, mas quem manda não acreditar em cartomantes).

esgarçar-se em alhures. cometer o mar além das tardes de são paulo.

i was born to be blue and all that - bem baixinho, repetido, inexorável.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

subi a frei caneca em disparada, atravessei o conjunto nacional, desci a augusta. na itu, deixei o coração disparar. larguei sozinho no cinema, sozinho, com desculpa qualquer: atender telefonema. uma necessidade entre os dentes de respirar: criar espaço.

sentei, lívida, diante de um telefone que chamava e chamava, perdido.

sábado, 22 de outubro de 2011

definir um círculo no espaço: sentar-se à mesa, arrumar as malas e engolir o que quer que seja.

o tempo é cruel, é, sim. como as cortinas, os ralos, os fios de cabelo presos às cartas nunca enviadas.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

branco

tropeço, sôfrega
na página
pé ante pé
procuro uma saída
(antes um ensaio
língua qualquer sobre os arredores

terça-feira, 18 de outubro de 2011

preciso de um sinal.