sexta-feira, 29 de abril de 2011

te amar hoje, te amar amanhã e no sábado, puxar sua orelha.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

pensamentos de segunda-feira IV

sorrateiro,
conquista as esquinas
com um par
de dentes.
o fim de abril vem com uma angústia na garganta.

pensamentos de segunda-feira III

quem inventou estes olhos
castanhos de dúvida?

pensamentos de segunda-feira II

- manter a calma

tenho um fiapo de voz:
me doem os excessos
do sábado

acordo a conta-gontas
até a hora do almoço

pensamentos de segunda-feira

às vezes é como se eu estivesse acordado há anos.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

despedaço o chão
rasgo
o calcanhar sobre
as folhas secas

- o passado range.

morde,
silva,
arreganha os dentes
marinho de medo.

(jogar-se contra luz)

- o salto no jardim

tua caligrafia tão doce
hoje, fumaça.

lá fora, todos os carros
passam
sem jamais saber
que.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

dela, não restou muito -

domingo, 10 de abril de 2011

recostar-se nas pedras antes do salto:

deixar os pés caírem
antes da noite
por aí

(soprar, soprar
até não mais caber

as palavras todas em gravidade zero)

sobram espaços
(no teu cabelo)

as maiores dores são mudas?
refestelam-se em estrelas.

sábado, 9 de abril de 2011

eu não acredito em delicadeza que surge do nada. ou tem ou não tem. ou sabe como funcionam os canos ou atravessa a rua - e não é como se um não existisse sem o outro. existem. mas cada qual em seu lugar: as cercas são separadas por tinta verde, sabe como é? aqui, estrago-me em choros & rezas inúteis (delicadeza demais) enquanto tem gente enrodilhada em lençóis de elástico e tijolos por além da porta (delicadeza de menos) - a fuga vem de antes, vem nos anéis, vem no abajour ligado à meia-luz. ou tem a fuga ou não tem: fuga de menos não existe. nem fuga de esguelha. conversa de amantes é feita de silêncios (antes de perder a graça); os melhores pincéis quase sempre têm saídas para o infinito - mas disso você sabe muito bem. nunca pintei porta sem ser de branco (mas também nunca fui muita afeita a fios). o dia começa às cinco da tarde; tudo bem, tudo bem, dos mil cigarros restam cinco e a inocência está prestes a. vem daqui que um dia a gente se encontra lá, lá depois das flores.
gostava quando você encostava o horizonte perto do meu

desligava os motores

- a tarde corria, os homens corriam, a chuva corria
desfazendo nós

o nariz sem saber esconder
o medo
das palavras

como se chama mesmo a inocência?




quarta-feira, 6 de abril de 2011

a m. rubin

correr antes de caminhar

(há que se ter muito cuidado, menina)

já falei tudo o que podia?

não.
tudo o que nunca
disse.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

aterro do flamengo

chão:

riscado.


a palavra interrompida na ordem do dia.


vãos em madeira quente:

de onde vêm os homens?


(de lá, apontam)


suspenso, o salto.

- a tarde, enquanto
você dormia


de resto, os pássaros
o jornal amarfanhado
e o branco enrodilhado à areia.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

esse negócio de crescer é muito estranho, né, não? descobrir onde a gente cai e onde esburaca para depois pensar se segue ou se muda. será que a gente muda mesmo? ou é só pó compacto? a verdade é que eu me sinto meio inadequada. falar, falar, assim de verdade, de pronto e de fundo, só com você.




(ah!
eu tava na aula hoje de teoria da história e o professor falou que a modernidade se caracteriza pela supressão da experiência para o afogar da expectativa.
achei tão bonito.)