terça-feira, 14 de abril de 2009

um adendo

assim: eu mal como, quando durmo, sonho com o filme e quando tomo banho penso na montagem.

ainda sobre o 569

agora que as filmagens terminaram, vem a segunda parte (talvez a mais trabalhosa): a montagem. sendo a roteirista, a diretora e amiga da editora, minha cabeça vai e volta inúmeras vezes. ellen, a montadora, me avisou que isso aconteceria. o texto de cinema nunca é o mesmo do papel; e é bom que não seja. se fosse, ficaria morto. tudo renasce na hora: o ator muda uma palavra, o diretor corta uma frase porque não é coerente com a cena - ou ainda pior: corta a seqüência inteira.

combinamos o seguinte processo: eu mando o roteiro decupado com indicações de como quero que seja. a ellen, por sua vez, vai assistir a toooooooodo o material filmado, ler o roteiro e imaginar como fica. nesse ínterim, já mudei de idéia sobre como quero o resultado final (óbvio, eu me conheço). e assim vamos que vamos.

e pensar que ainda tem a trilha sonora. e a colorização. e o acerto do áudio.

e os créditos.

domingo, 12 de abril de 2009

ando sonhando com:

- ser assaltada,

- lost (apesar de nunca ter visto um episódio sequer; a cada noite, meu inconsciente me releva um fato novo. anteontem, era conspiração do governo. ontem, estavam mortos. hoje, era um programa de computador);

- atrasos (no dia da primeira diária do meu curta, acordei sete vezes durante a madrugada, achando que tinha perdido a hora, mas foi apenas um exemplo).

terça-feira, 7 de abril de 2009

diário de bordo do 569

dia difícil: o diretor de fotografia foi avisado pela família que vai ter que viajar na semana santa. faltando 24 horas para o início das filmagens, precisei arranjar outro fotógrafo. missão para a produtora. o ator estava desaparecido. eu precisava desenhar o storyboard sendo que não sei desenhar um O no copo.

decidi escrever o storyboard. trabalho do caralho, mas ficou, ao menos, inteligível. na hora, todo diretor sabe, (menos o daniel filho), serão vários takes. posso ter dito que quero dessa e dessa forma outra, mas na hora dos vamos ver... precisava passar no centro para comprar mini-dv. amanhã é aniversário do meu namorado, e ninguém gosta de um passeio ao SAARA como presente. é difícil.

perguntaram se haveria comida/trailer/transporte no set de filmagens. meu amigo, isso aqui é cinema de guerrilha: equipamento da faculdade, equipe pobre mas gente boa, atores de teatro.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

diário de bordo do 569

um filme começa no roteiro. certo. mas ele se torna verdade na produção. o produtor é o arquiteto, o engenheiro; sem ele, o equipamento não chega no dia marcado, as filmagens são paradas por falta de autorização, os atores não decoram no tempo certo. cinema é e sempre será trabalho de equipe, e o diretor necessita estar alinhado com o produtor. no meu caso, por uma falha de alinhamento, a merda: as filmagens vão ser iniciadas uma semana mais cedo. o que é ruim pros atores, pra direção de arte e pro diretor de fotografia: no fim, todo mundo cai um pouco de pára-quedas no projeto. um bom produtor é coisa rara de se encontrar; precisa acordar às três da manhã para acalmar o faniquito da atriz insegura, às sete ligar para o cara da luz, às nove pegar os equipamentos, às onze levar o formulário de autorização em cada uma das locações, às treze, segurar o choro do diretor atormentado, às quinze, apressar a maquiagem e por aí segue. veja bem: a pessoa precisa realmente amar resolver pepino.

domingo, 5 de abril de 2009

O dia lá fora está belíssimo: sol a pino, vento gostoso, essas flores de Laranjeiras. Mas alguma coisa, aqui dentro, não faz sentido.

sábado, 4 de abril de 2009

socorro: tanta vida acontecendo aqui dentro e eu sem saber por onde começar.
essa minha nova liberdade adquirida me proporciona tantas emoções à tarde e à noite: posso baixar filmes durante a madrugada e vejo no dia seguinte; finalmente, tenho tempo para ler o jornal inteiro; acompanho todos os meus blogs queridos e suas respectivas atualizações no twitter; conversar com todos os meus amigos espalhados pelos estados unidos, méxico, índia, salvador e são paulo; bolar roteiros e ter tempo para desenvolvê-los; caçar livros na estante virtual; finalmente aproveitar a promoção da locadora de pague 10 reais por 5 filmes clássicos e fique com eles por uma semana.

acho que estou gostando mais do que deveria, na realidade.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

constantemente te escrevo cartas, que ficam sempre por aqui. queria saber em que tempo, em que data, e principalmente, em que sentido, se deu o nosso silêncio. sinto falta das suas risadas, dos seus olhares, da sua absoluta falta de confiança no universo. éramos fortes juntas. toda vez que regávamos um plano mas a parede continuava lá para batermos a cabeça, ainda assim, insistíamos. na risada. nossa forma de nos vingar do resto; agora, cadê? não te contei do meu garoto que morreu de aids, da data de casamento que foi acertada, não te mandei o roteiro do meu filme, não reclamei sobre a lentidão da minha equipe. você provavelmente nem deve saber onde eu moro agora. só queria entender por quê. como. e se eu posso mudar alguma coisa.

( se não puder, here it is: toda a sorte para você. )