segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Obrigada pelas latas de cerveja jogadas na esquina da sala, e as garrafas de Heneiken espalhadas pelo sofá, junto às carteiras de Marlboro, com uns cigarros esquecidos no espaço. Estava precisando. Obrigada por ouvir as teorias irascíveis - e furadas - sobre róqueinrôu, Tarantino, e tudo isso junto e dentro do liqüidificador.

-Eu vou dizer isso porque você está bêbada - e você ESTÁ bêbada - e não vai se lembrar amanhã, mas eu amo São Paulo.


Eu lembrei, babe.


Ainda fazemos uma boa dupla.

domingo, 25 de novembro de 2007

Eu ouço Be my husband, com a Nina Simone, bem alto que é para calar esse grito vindo da ventrícula. Rasga a voz, Nina. Grita, Nina, que eu grito contigo. Cada sílaba é uma lágrima que cai, é uma fumaça do meu cigarro invadindo a noite, saindo pela janela.

(A vontade que tenho é te torturar. Te prender numa cadeira e desfilar de calcinha preta, enquanto arranco cada unha, cada bola, cada cílio. Aproximar o alicate tão próximo que você cegasse de medo. )

Oh, daddy, now, love me good.

Um mosquito pica a minha perna. Tento pegá-lo, mas ele some. Voa para bem longe, e só volta para sugar mais um pouco do sangue da minha batata.

Há cerveja no meu congelador, e cigarro no meu cinzeiro. Vou ali.
Resgatei esse texto lá pelos idos de doismilecinco. Não sou de fazer isso. O que está escrito está escrito e foda-se. Não olho para trás. Mas me deu uma coceira de viver depois de ler isso.

Considerações finais

Ela acendeu seu último cigarro – ou o que pelo menos almejava ser o último cigarro da noite. Era tão noite dentro de si, que não distinguia choro de grito de raiva ou de dor. Era tudo a mesma coisa, tão embolado que estava dentro de si – tão torta que estava. Pensou em rezar, realmente pensou; mas rezar para quê, para quem, pedir o quê? pedir a salvação de sua alma? e se não tivesse alma, teria gasto um pedido à toa? e se nunca fosse atendida, seria eternamente frustrada? Rezar pra quê. Continuou o seu passeio noturno quarto-sala-quarto-sala. Ás três da manhã as fotos grudadas em sua parede com cola de escola que é uma merda, mas funciona, parecem pequenos pontos perdidos no universo enorme que é a sua parede. São apenas pontos, nada demais – pela manhã, transformam-se em momentos, em sorrisos (forçados ou não), em praias, ruas, casas, bancos, livrarias – e na verdade, não passam de pequenos pontos. Aquela velha sensação de ter tanta coisa para fazer, e vontade de nada, não conseguir levantar da cama, andar, pegar um copo d’água, acender o cigarro – ligou o piloto automático; ela ainda está no mesmo lugar, na cama, parada, estática. Nunca foi dinâmica. Sempre a chamaram de isolada estranha esquisita. Ela precisa fazer mercado – de que adianta, se não tem vontade de comer? – escrever uma carta para um amigo distante, escolher uma roupa para o casamento de uma amiga, ler dois livros, ah, ela não precisa de nada disso. E se sumisse? Simplesmente desaparecesse. Provavelmente iriam procurá-la por um mês ou dois, três no máximo, sua mãe iria ficar desesperada, mas o tempo cura tudo, não cura?, cura, claro que cura!, seus amigos iriam substituí-la por alguém mais interessante, talvez com o mesmo gosto musical para não ficar assim tão na cara que substituíram a amiga, mas tudo se dá um jeito, e o gosto musical dela não é assim tão difícil de ser copiado. Mas, iria sumir para onde? Uma cidadezinha perdida no meio da estrada? Isso não existe mais. Todos os lugares têm pessoas, e pessoas a irritam tanto. Pessoas são tão... pessoas. Seria melhor morrer, pular a janela, tomar arsênico, beber veneno, mas não tem coragem. Tem coragem viver, mas não tem coragem para morrer. Mentira. Não tem coragem para viver nem para morrer. Não tem coragem e ponto final. Não tem nada. Apenas uma parede cheia de pontos frios invadindo o seu campo de visão enquanto atravessa a porta o quarto pelo menos mil vezes. Tanto queria dormir. Tanto queria sonhar. Tanto queria rezar. Havia tanto o que fazer no dia seguinte – todas as coisas que deveria ter feito no dia anterior e não fez, mais as coisas do dia seguinte; pois que a madrugada nada mais do que é um período entre-dias, sem dia algum, sem definição de nada, apenas um enorme buraco negro e silencioso (também desesperador e angustiante, mas também confortável) a invadir o período entre-dias e a esperar ser expulso pelo outro dia. Precisa tanto dormir. Foi á cozinha, procurou um tylenol e deitou-se na cama. Pelo menos agora teria a certeza que iria dormir – alguma hora. Tomou mais outro, apenas por precaução. Um terceiro, porque queria dormir bastante. E dormiu tanto, tanto, que passaram-se os dias e ela ficou presa no entre-dias, na madrugada silenciosa.
L. diz:
eu tenho que estudar teoria da comunicação
L. diz:
mas to com preguiça
L. diz:
olha a teoria do cara:
L. diz:
a tecnologia é uma extensão do homem
L. diz:
e a internet é uma extensão d sistema nervoso
Tiago diz:
O.O
Tiago diz:
isso é bem aceito?
L. diz:
isso é respeitadíssimo
L. diz:
tipo.
L. diz:
a CADEIRA é uma extensão da bunda
L. diz:
o livro é uma extensão da mão
L. diz:
todos os meios de comunicação são produzidos a partir da necesidade do homem de ecnonomizar energia e otimizar o tempo
L. diz:
aí a galera vivia em modo tribal, e não queria ficar gitando por aí
L. diz:
resolveu escrever
Tiago diz:
mas ai toda cultura é uma extensão do sistema nervoso
L. diz:
nãããõ
L.diz:
a gente chegou a extensão do sistema nervoso agora
L. diz:
com a internet
L.diz:
VÉI
L. diz:
O CARA É MALUCO
L. diz:
OK?
Tiago diz:
ta
Tiago diz:
por isso q eu prefiro as naturais
L. diz:
só tem surtado.
L. diz:
só tem maluco.
L.diz:
só tem doidão
L. diz:
em comunicação
L. diz:
nunca vi.
Tiago diz:
eu to vendo
Tiago diz:
hehehehe
Tiago diz:
por isso q eu to adorando a farmacia
Tiago diz:
ta me trazendo de volta a realidade
L. diz:
é.. humanas endoidece a pessoa.
Tiago diz:
é
Tiago diz:
e é mto ambiguo
Tiago diz:
é mto facil d estar certo
L. diz:
não não
L. diz:
vc tem que ter uma boa argumentação
L. diz:
e isso é difícil.
Tiago diz:
isso é facil
Tiago diz:
vc só precisa de argumentos
Tiago diz:
mesmo q vc esteja inventando eles na hora
L. diz:
hahahahahha
L. diz:
eu já fiz isso
L. diz:
na prova
L. diz:
e tirei 10
L. diz:
Tiago diz:
viu só
Tiago diz:
pra começo de conversa, n existe 10 no meu curso
Tiago diz:
é uma nota hipotetica
L. diz:
hahahahahaha
Tiago diz:
pq msm q vc coloque td certinho o professor risca em algum lugar e diz "q n ta legal"
L. diz:
ô véi
L. diz:
esse curso é de maluco
L.diz:
ok?
L. diz:
ma-lu-co
L. diz:
o meu é de gente doida
L. diz:
mas sei lá, que se ENTENDE
Tiago diz:
é né
Tiago diz:
se o pessoal de COMUNICAÇAO NAO SE ENTENDER é pq tem alguma porra ai
L. diz:
HAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHA

sábado, 24 de novembro de 2007

Eu tenho seis filmes baixados pelo emule: A Scanner Darkly, Baise Moi, Fanny & Alexander, C.R.A.Z.Y., Grosse Point Black e Little Children. Alguns já vistos. Outro dia, revi Waking Life. Adoro WL. Amo WL. Pago pau pra WL. A cena de abertura é uma das coisas mais lindas que eu já vi.



Mas é que atualmente o emule tá perdendo de lavada pro soulseek.



Encontrei umas gravações raríssimas do Elliott Smith cantando Beatles. Blackbird é de arrepiar. É de chorar. Eu tinha evitado ouvir ES - melhor dizendo, parado - para ver se 2008 seria menos bichinha e eu não chorava em ônibus ouvindo independence day. Mas não rola, cara, não rola. A voz desse homem consegue atingir a minha ventrícola mais feminina. No coração, i mean. Pra bom entendedor, meia música basta.



Baixei também o novo cd do Radiohead. E a trilha sonora de Death Proof. E The Kooks, que algum menininho do orkut me falou que era legal baixar. E uma tal de Big Wreck. Sabe colé? Eu não tenho mais paciência pra ficar lendo site de música. Muito menos de música indie. E ficar vendo os comentários e os fóruns e a freqüência de downloads. Meu cu. Agilidade, né, povo? Não tenho tempo pra comprar uma porra de um pão na padaria - tenho que comer na lanchonete da PUC - vou ter tempo para traduzir belga-dinamarquês-inglês. Vou nessas comunidadeszinhas-quero-ser-alterna do orkut e baixo umas bandinhas que o pessoal recomenda. Ouço, geralmente jogo fora e sei lá.


Sei lá.


A vida tá aí, babe. Acende um cigarro e se joga no asfalto.


Uma semana para a PUC acabar. Uma semana. Esbórnia, sacanagem, colchões, sarjeta - estou chegando com toda a minha sagacidade, e mais importante: a minha eterna nostalgia.

Babes, separem um quarto para mim. Estou chegando.

Cansei de ser careta. Me vê uma garrafa de vodka & aditivos, por favor.

Encontrem-me na sarjeta.
P. me pide que diga la verdad, pero no puedo hacerlo.

Soy un animal bruto.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Ah, meu amor, como eu queria que você entendesse que eu apenas te amo. Mas sou um animal impossível de ser amado.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Vermelho era o esmalte dos pés de Ana Carla, que sentada, com as pernas abertas na cama, os calcanhares encostados na beirada, passava duas vezes o esmalte em cada unha. A unha do dedo mindinho do pé esquerdo estava quebrada - de tanto andar de havaianas por aí, já tinha esbarrado em poste, escada, quina, rato morto, pedra, bueiro, gente. Mesmo assim, pintava.

Tinha uma entrevista de emprego para ir hoje. Seria bom sair da lama logo - depois de pedir dinheiro emprestado a pai, mãe, ex-marido, e amiga, o próximo passo seria debutar em Copacabana. Semana passada a professora de redação da faculdade tinha mandado um e-mail a indicando como tradutora de uma senhora. O trabalho, aparentemente simples. 8h às 12h, todos os dias, ela iria para o apartamento dessa senhora - nem tão perto, nem tão longe, ainda na Zona Sul - traduzir textos do inglês, do espanhol e do francês para a mulher, professora, jornalista e dona de uma editora. Uma multiuso, digamos assim. Ana Carla ficava vendo como seria essa mulher. Três profissões. Moraria sozinha? Quantos anos teria? Pelo telefone, parecia ter uns trinta e três. Trinta e cinco no máximo. Loira? Morena? Ruiva? Usaria saia ou calça jeans? Era casada?

Separou os diplomas dos cursos de línguas, os textos escritos na faculdade - só separou os que tinham dez - colocou tudo na pasta junto com o currículo - apesar de odiar aquela 3x4 - assoprou os dedos dos pés a última vez, enfiou-os num scarpin de salto nem tão alto mas que desse para perceber que era um salto e saiu. Saiu para ganhar o mundo. Precisava daquele emprego.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

O que aprendeu no último relacionamento? Não sou pessoa que preste.
O que você gostaria de fazer neste exato momento? Dormir.
Onde você gostaria de estar agora? No bar da Flor.
O que gostaria de comer agora? Top Sundae com calda de chocolate extra.
Tem algum vício? Marlboro e procrastinar.
Qual seu animal selvagem predileto? Tigre.
O que mais gosta de comprar? Adoro comprar. Sapatos, livros, filmes, cigarros e pessoas.
Dá valor a beleza externa? Não. E não sou hipócrita.
Bebida predileta: Vinho.
Você é feliz? Não.

(vocês percebem que eu deveria estar dialogando com Weber e a ética protestante, mas estou dando forward num questionáriozinho de merda?)
(Em um táxi sujo, saída de uma boate gay).

Novamente manchei meus dedos de nanquim
para me sentir viva.
E gritei seu nome em silêncio, no escuro,
porque queria que viesses me ver
- nua, no asfalto.

Tenho medo de tudo:
de mim, do soluço,
da espuma que arde.

Sinto um espelho que quebra
- um medo que nasce,
uma luz que brota,
e uma grande,
grande,
vontade de devorar o mundo.
A casa está uma bagunça - comecei a arrumar ontem, mas só foi suficiente para ver o quanto ela está suja. Agora, sem lençóis no chão ou livros pelas janelas - além de copos de chopp - tudo o que resta é sujeira. Total. Preciso de um dia inteiro esfregando cada centímetro desse chão de madeira nojento para que ele brilhe novamente.

(Acho tudo meio nojento. O chão, a camisola, a rua, o maldito pedreiro que me acordou às onze da manhã.)

Não tenho dinheiro. Nem um puto. Um centavo de merda. Falta uma semana para meu dinheiro entrar na conta. 2008, prometa que será menos sexo e mais dinheiro.

Sair do Rio de Janeiro. Pegar a estrada e sumir. Colo, cigarro, cerveja: preciso urgentemente.

Nina, oh Nina, que saudade das nossas conversas. Divide um cigarro comigo?

Alguém venha me resgatar desse poço de sujeira e sociologia no qual se transformou a minha casa.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O Alberto é egoísta porque é macho. Eu nunca tinha me relacionado com machos. Não desse tipo - da Zona Norte, católico, que acha que porque tem um pau tudo vai funcionar. Eu não preciso do seu pau, babaca. Eu tenho nojo da sua porra.

E ao mesmo tempo não sei porque volto. Volto ao metrô imundo, com as pessoas que olham para as minhas pernas grossas, a minha minissaia, meu cordão vermelho de contas. São todos uns reprimidos de merda.



Tudo isso Ana Carla pensava enquanto escovava o cabelo. Olhava-se no espelho e pensava. Escovava e xingava o mundo.
"A satisfação compensatória que a indústrial cultural oferece às pessoas ao despertar nelas a sensação confortável de que o mundo está em ordem, frustra-as na própria felicidade que ela ilusoriamente lhes propicia."



O dia em que quis estripar Fred Astaire ou
aprendi a amar vendo hollywood.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Eu ando me perdendo entre os livros de Weber, sem vontade de sair, sem vontade de ver gente.

Tão atrasada com trabalhos, estudos, matérias de fim de semestre. Ah. Entrarei em uma caverna e de lá não sairei jamás.

domingo, 11 de novembro de 2007

Mas sabe o que é pior?

Gostar de alguém e não receber esse gostar em troca.

Só receber bordoada.

Vivendo e aprendendo.
Com sua língua enfiada em mim, ele disse:

Eu te amo.

Mas eu só conseguia gritar.

***

Ana Carla estava deitada em uma cama estranha, sozinha.

Mantinha as mãos cruzadas sobre o peito, como cadáver. Cadáver viva.

Mesmo no escuro, reconhecia cada canto daquele quarto; ao seu lado esquerdo, uma mesa com um livro. E um abajour quebrado. Do seu lado direito, o ar-condicionado. Não estava no meio da cama - tinha mania de ficar no lado esquerdo, em posição fetal.

Ia embora ou chorava? Agarrou as pernas tão fortemente - quebrá-las. Mais uma vez enganada. Desprezada. Largada sozinha. Em mais uma cama estranha. Queria arrancar as unhas pintadas de vermelho.

Dormir. Era só o que precisava.

Ana Carla sonhava com a sua cama e o dia em que dormiria sozinha porque quis, e não porque foi abandonada.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Cortaram minha internet por falta de pagamento. A conta do cartão de crédito do mês passado deu quatrocentos reais. A conta desse mês será cento e setenta. Dá pra pagar a internet. A NET eu já larguei de mão. Não via nada de interessante naquela porra mesmo.

Minhas fotos vão ficando pelo caminho - credo. Já perdi tantas. Acho que estou vivendo a teoria do Pedro, de que bom mesmo é ter os lugares na memória, e não no papel. Papel é feito pra limpar a bunda. E escrever.

Olho umas fotos antigas - no PC - e em todas elas eu pareço mais feliz do que estou hoje. Um olhar mais feliz, sabe? Estou ficando chata, chatíssima; as roupas acumulam-se no cesto. E quem disse que eu vou lavar? Nunca soube nunca saberei lavar roupas. No dia em que sair pelada na rua, veremos.

Essas coisas são tão... desimportantes. Roupa, NET, contas, papel. Rua. O que deveria importar não é o que está aqui dentro, o que dói, o que espirra sangue? O que deveria importar não é eu te ligar duzentas vezes e você não atender porque está na estrada, e eu amaldiçôo a estrada e a porra que vier porque eu queria que você estivesse aqui, me amando, caralho. E foda-se a NET. a NET não presta. a NET tem david letterman.

É o que dói, bicho. É sempre o que dói. É o que fica, é o que escreve, é o que marca, é o que fode. Foder não dói? Fumar não dói? Beber não dói? Atravessar a rua dói pra caralho. Por que eu tenho que atravessar essa merda e não ficar em casa, fumando meu cigarro e vendo os pequenos buracos que o gesso faz no teto? Por que eu não posso atravessar no sinal vermelho?

Eu ando surtando por esse ano de doismilesete.

Ando querendo sua compania.

Pedro, desculpe por tudo. Mas para amar a gente sofre.

Gui, como eu gostaria de estar com você, derrubando uma garrafa de tequila.

São Paulo é linda - São Paulo pulsa. Do abismo de suas ladeiras que brotam nunca se sabe de onde, São Paulo pulsa. Tudo acontece e tudo ao mesmo tempo; e eu sou uma pobre caipira acostumada com o silêncio das ruas de laranjeiras no domingo. Tenho medo de São Paulo. A cidade pode me engolir quando eu virar as costas. Tenho saudade de lá. Sinto saudade porque quero sentir vida. E vida é a porra que ejacula de São Paulo.

É um tanto quanto surrealista chegar a uma loja de discos e perguntar - tem algum do blind melon? e te responderem - qual você quer? tenho o primeirão, o soup e o nico. ok, vou ali dar o cu para uns cinco, pego o dinheiro e volto. (nada que seja tão bom é barato.)

Não ligo pra minha mãe tem umas duas semanas. Não sinto falta. Mentira. Sinto falta sim. Só não sei o que dizer. A cruel honestidade dela me impede. De falar, mesmo.

Tenho medo. De tudo. Juro.