sábado, 9 de abril de 2011

eu não acredito em delicadeza que surge do nada. ou tem ou não tem. ou sabe como funcionam os canos ou atravessa a rua - e não é como se um não existisse sem o outro. existem. mas cada qual em seu lugar: as cercas são separadas por tinta verde, sabe como é? aqui, estrago-me em choros & rezas inúteis (delicadeza demais) enquanto tem gente enrodilhada em lençóis de elástico e tijolos por além da porta (delicadeza de menos) - a fuga vem de antes, vem nos anéis, vem no abajour ligado à meia-luz. ou tem a fuga ou não tem: fuga de menos não existe. nem fuga de esguelha. conversa de amantes é feita de silêncios (antes de perder a graça); os melhores pincéis quase sempre têm saídas para o infinito - mas disso você sabe muito bem. nunca pintei porta sem ser de branco (mas também nunca fui muita afeita a fios). o dia começa às cinco da tarde; tudo bem, tudo bem, dos mil cigarros restam cinco e a inocência está prestes a. vem daqui que um dia a gente se encontra lá, lá depois das flores.