sábado, 4 de agosto de 2012

de repente arrepender-se por ser assim: constante ebulição, lençol pelo avesso, cinema de garagem. pássaros infinitos em revoada pelo quarto.

de repente não arrepender-se por ser assim mas abrir uma fresta de vez em quando para observar o tráfego. os carros bailarinas no espaço

dormi com a sua doçura sour ontem quando estive a um passo de enlouquecer

e daquelas três fotos guardadas em papel pardo para fingirem tom abaixo do normal, já não me reconheço mais, tão brancas as pernas

se fosse para buscar uma palavra, resgataria aquele rasgo de amarelo das tuas retinas quando com medo

para afastar a reza
para aproximar o vento
para acalmar o coração inquieto