sexta-feira, 1 de julho de 2011

nessas horas eu lembro de você: você, que corria nu pela sala, atravessando os papéis. você: que escalava as paredes até encostar as mãos no teto antes de escorregar trôpegamente até o chão. quebrar os dedos, perder a chave de casa. nessas horas, lembro de você e das músicas largadas pelo meio, das canções que ninguém escreve mais (alguém ainda conhece a palavra absurdos?) agora é revirada, astronautas na cozinha, revirando panquecas em panelas velhas e verdes: quer ouvir a mais nova versão de roberto carlos? existem caminhos, caminhos a serem desvendados (correm pelos seus, a finura dos seus, belos dedos).