terça-feira, 6 de julho de 2010

roda, tempo, continua e caminha a pés largos. escreve e não lê: ignora o andar das carruagens, do caminhão de lixo e a fofoca da vizinha do 302. tempo, vai comprar delicadeza na padaria mais próxima enquanto seu princípe não vem e vem me contar, daqui a cinco minutos, se ainda chove lá fora. tempo, tempo, quanto ainda falta de asfalto para cobrir todos os buracos daqui até montevidéu? daqui até moscou? daqui até portsmouth? tempo, vê se resiste bravamente à tempestade que se anuncia lá do flamengo, destruindo sonhos e quadros negros e pondo todos, nomeados e desdentados, a remar.