sexta-feira, 30 de julho de 2010

quando manuela se deu conta de que jamais havia amado alexandre, era tarde: o navio já era náufrago. no entanto, a manhã se mostrou tão mais clara ao entender que fora tudo ilusão qualquer, que se pôs a gargalhar: e riu, riu como há muito não ria. riu para abraçar outros, riu liberta, riu desamarrada, riu palhaça, riu galhofa. descobrir que aquele cultivado era uma farsa foi o bálsamo para suas chagas, foi a festa azul que tanto pedira, a música da estação certa que tocara exatamente quando - é tarde, nunca é tarde, já é amanhã, minha doce, vem brincar de ser feliz.