quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

meu gato queria ser um cachorro. corre atrás de bolinha, traz nos dentes para alguém jogar, encara um banho sem maiores tropeções, chora de carência. se quisesse ser mulher, e se divertisse com batons (acreditem, minha cachorrinha falecida adorava o cheiro de um perfume específico), mas não - seu problema é antes da sexualidade, é febre de existência. meu gato não suporta ser quem ele é nessa vida; a conduta regular do gato não o apraz - por que ser independente? por que brincar com linho? contudo, meu lou está fadado à infelicidade, pois nessa vida é necessário se contentar com o que foi determinado pelos céus.