quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

(Ás vezes, de noite, sinto esse medo agudo, como se se eu não for para minha casa no exato momento, todo o meu mundo entrará em colapso e será sufocado pela escuridão. Começou na noite do reveillon, que ironia; acordei na madrugada, sem ar, esmagada por algo que não conseguia ver, apenas sentir. Eu precisava de luz ou todo o oxigênio dentro dos meus pulmões iria acabar em cinco, quatro, três. Outra noite foi quando não consegui achar meus óculos; apesar disso acontecer tão freqüentemente, e de não precisar da visão apurada – estava indo dormir! - veio a mesma sensação de enclausuramento; como se as paredes, o mofo tivesse corroído as minhas paredes e me restassem poucos segundos de vida. Agarro-me à escrita como necessidade para respirar; as pessoas normais possuem nariz, boca; eu só tenho minha caneta. Se Henry Miller me indagasse a minha tão especialidade para contar a todo o mundo minhas histórias, assim responderia: escrever é a minha ponte para a realidade.)