segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

nego no mundo todo comemorando aniversário da nouvelle vague. na folha, discute-se se a nouvelle vague não seria o neorrealismo francês, rótulo que, aparentemente, até godard veio a confirmar, no fim do (seu) tempo. tenho a impressão que o cinema brasileiro continua empacado no neorrealismo - desde o cinema novo, há essa necessidade entranhada na carne dos diretores de entender / discutir / analisar / expor a realidade brasileira, benemérita ou vulgar. isso é desde glauber rocha até cláudio assis. de nelson pereira a fernando meirelles. a beleza de meirelles, a meu ver, é ter expandido isso - seu cinema hoje é UNIVERSAL, coisa, que, me desculpem os mais puristas, o neorrealismo nunca será. neorrealismo é cinema regional, e isso não tira a beleza dele. nunca sairá da minha boca que ladrões de bicicleta é um filme ruim ou feio. é LINDÍSSIMO. mas situado em determinado tempo e espaço. quando olho a produção cinematográfica nacional... todos estão sempre querendo justificar o que vemos pela janela do ônibus - não estaria na hora de inventar um disco espacial? de voltar a câmera para dentro do carro, o motorista e seu companheiro? ou dentro de casa? pessoas, a chave sempre são pessoas. sempre.