quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

eu chego em casa e está tudo revirado. a torre dos gatos está de cabeça pra baixo, e os brinquedos, espalhados pela casa. nico tem uma nova brincadeira - o cesto de roupa suja. ele pula e derruba. eu levanto, ele derruba. e a vida segue. candy está deitada na poltrona, nas minhas costas. acho que o calor do meu corpo a aquece. se ameaço levantar, ela abre os olhinhos e reclama. quem resiste a tamanha mimação? nico brinca com o teclado, bate na letras, digita mensagens incongruentes no msn. afasta meu celular, joga todas as minhas apurações no lixo - pouco se importa se ali tem telefone do presidente do banco central, do ministro de não sei quando - nico quer é seu espaço. de repente, ele pára. ergue a cara. os olhos verdes de vagalumes, enormes. apina as orelhas. é só o caminhão de lixo, nikolai. ele já arranjou outra coisa pra brincar. é incrível como apesar de tudo, nico sempre fica fascinado pelos meus dedos batendo no teclado. como numa partida de tênis, segue-os, desesperados, pensando qual será a próxima tecla a fazer esse barulho estranho, qual dedo devo olhar agora? candy dorme na minha coxa esquerda. às vezes se espreguiça. quando não tem mais nada para fuçar, nico pula em cima da candy e a chama para brincar. puxa o rabo. morde a orelha. só sossega quando candy está disputando o rato com a bandeira gay com ele. são as minhas crianças. eu estou em paz. eu estou em casa.