quinta-feira, 3 de junho de 2010

há um poema embaixo da escada. vai deixá-lo esperando?

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sonhei que havia voltado para o apartamento de laranjeiras e ele se esparramava pelo chão.

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por quê tomar estricnina? sua vida não está organizada pelos próximos quarenta anos?

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é óbvio que clara tem medo: medo de pessoas que lêem o jornal todos os dias. e acreditam em todas as linhas.

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solitude com gosto de blues, cara de blues, focinho de blues - mas na hora de provar era fumaça requentada.

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sigo afirmando: é preciso cuidado, menina, muito cuidado com egoísmo travestido de proteção.

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o passado nos espreita. em cartas antigas, fotos mal tiradas e pior, em convicções que não mudam.

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veja, eu continuo a mesma menininha de cinco anos atrás, ela sorriu. ainda acredito em amores e gaivotas.

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eu também, ana, não sei falar sem ser balbuciando delicadezas.