domingo, 13 de junho de 2010

do texto que perdi, sobrou:

... esperou o mar serena: uma onda invadiu o ontem, outra inundou o passar dos dias: manuela navegou entre jornais antigos, fotos encardidas, cartas roubadas e chaves de outros terrenos por onde havia pisado. o calendário desapareceu, esmoreceu diante da tempestade de areia; manuela estava here, there, everywhere.

marina, não tenho qualquer desculpa para lhe procurar. minha mãe não morreu, não faço idéia de onde esteja nossa professora e para falar a verdade, começo a esquecer os rostos de quem fazia parte de nossa turma. mas lembro de você, dos seus cachos, do ódio avançado contra quem lhe deu esse nome - a maldição de dorival caymmi, você dizia. você estava na minha formatura? claro que estava. marina, que medo me dá diante da possibilidade de te esquecer! não me interessa a vida agora (se você quiser, posso dissertar um tanto sobre casamentos, filhos, IPTUs e organizações de abajoures), mas aquele senhor que vendia balas diante da escola, ele que morreu alguns anos depois que saímos. marina, seu sorriso continua o mesmo? você ainda troca os vês pelos efes?

dear marina, did jesus save you?