segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Briony vê uma cena na janela e imagina outra. Quem pode culpar uma criança de treze anos, que não soube distinguir a sua realidade da realidade pertencente ao resto dos mortais? Ela, principalmente ela. E Briony vai passar o resto da vida se culpando por isso e tentando reparar seu erro.

Há muito tempo eu não via algo de tão soberbo. Tudo está o mais próximo possível da perfeição; a direção de arte é tão bela que leva às lágrimas. Já conhecia o James de O último rei da Escócia, onde a arrogância escocesa escorria um pouco mais do que o necessário do prato. Agora, todas as cores estão em suas medidas certas para Robbie.

A Keira, em Orgulho e Preconceito, me irritava um pouco com aquele biquinho constante: seja para sorrir, seja para chorar. (Aliás, O & P é bastante amador perante Desejo & Reparação.) E a piratazinha finalmente mostrou que tem uma carga dramática suficiente para viver Cecilia.

Os limites entre a realidade de um e a realidade de vários sempre me assustam.