quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Cortaram minha internet por falta de pagamento. A conta do cartão de crédito do mês passado deu quatrocentos reais. A conta desse mês será cento e setenta. Dá pra pagar a internet. A NET eu já larguei de mão. Não via nada de interessante naquela porra mesmo.

Minhas fotos vão ficando pelo caminho - credo. Já perdi tantas. Acho que estou vivendo a teoria do Pedro, de que bom mesmo é ter os lugares na memória, e não no papel. Papel é feito pra limpar a bunda. E escrever.

Olho umas fotos antigas - no PC - e em todas elas eu pareço mais feliz do que estou hoje. Um olhar mais feliz, sabe? Estou ficando chata, chatíssima; as roupas acumulam-se no cesto. E quem disse que eu vou lavar? Nunca soube nunca saberei lavar roupas. No dia em que sair pelada na rua, veremos.

Essas coisas são tão... desimportantes. Roupa, NET, contas, papel. Rua. O que deveria importar não é o que está aqui dentro, o que dói, o que espirra sangue? O que deveria importar não é eu te ligar duzentas vezes e você não atender porque está na estrada, e eu amaldiçôo a estrada e a porra que vier porque eu queria que você estivesse aqui, me amando, caralho. E foda-se a NET. a NET não presta. a NET tem david letterman.

É o que dói, bicho. É sempre o que dói. É o que fica, é o que escreve, é o que marca, é o que fode. Foder não dói? Fumar não dói? Beber não dói? Atravessar a rua dói pra caralho. Por que eu tenho que atravessar essa merda e não ficar em casa, fumando meu cigarro e vendo os pequenos buracos que o gesso faz no teto? Por que eu não posso atravessar no sinal vermelho?

Eu ando surtando por esse ano de doismilesete.

Ando querendo sua compania.

Pedro, desculpe por tudo. Mas para amar a gente sofre.

Gui, como eu gostaria de estar com você, derrubando uma garrafa de tequila.

São Paulo é linda - São Paulo pulsa. Do abismo de suas ladeiras que brotam nunca se sabe de onde, São Paulo pulsa. Tudo acontece e tudo ao mesmo tempo; e eu sou uma pobre caipira acostumada com o silêncio das ruas de laranjeiras no domingo. Tenho medo de São Paulo. A cidade pode me engolir quando eu virar as costas. Tenho saudade de lá. Sinto saudade porque quero sentir vida. E vida é a porra que ejacula de São Paulo.

É um tanto quanto surrealista chegar a uma loja de discos e perguntar - tem algum do blind melon? e te responderem - qual você quer? tenho o primeirão, o soup e o nico. ok, vou ali dar o cu para uns cinco, pego o dinheiro e volto. (nada que seja tão bom é barato.)

Não ligo pra minha mãe tem umas duas semanas. Não sinto falta. Mentira. Sinto falta sim. Só não sei o que dizer. A cruel honestidade dela me impede. De falar, mesmo.

Tenho medo. De tudo. Juro.