Eu ouço Be my husband, com a Nina Simone, bem alto que é para calar esse grito vindo da ventrícula. Rasga a voz, Nina. Grita, Nina, que eu grito contigo. Cada sílaba é uma lágrima que cai, é uma fumaça do meu cigarro invadindo a noite, saindo pela janela.
(A vontade que tenho é te torturar. Te prender numa cadeira e desfilar de calcinha preta, enquanto arranco cada unha, cada bola, cada cílio. Aproximar o alicate tão próximo que você cegasse de medo. )
Oh, daddy, now, love me good.
Um mosquito pica a minha perna. Tento pegá-lo, mas ele some. Voa para bem longe, e só volta para sugar mais um pouco do sangue da minha batata.
Há cerveja no meu congelador, e cigarro no meu cinzeiro. Vou ali.