quinta-feira, 26 de julho de 2007

A questão não é quem traiu quem, ou quando ou como. Pode até ser no início, aliás, pode parecer que é, no início, mas na verdade tudo termina no 'quem ama mais'. "Porque eu amo mais você", ele disse entornando mais um copo de cerveja. Como se esta afirmação pudesse o insentar de tudo. De todos os problemas. Porque ele mais que ela.

E como se mede esse amor, hein? Essa coisa que não se vê, que não se toca, e que cada um sente do seu jeito. Hein, garoto? Por presentes? Náh. Existe sexo por dinheiro, mas amor por dinheiro eu ainda não vi. Só ouvi falar, algumas lendas urbanas de mulheres que se casaram com senhores distintos da ráisoçáiti e depois se apaixonaram por eles. (Mas, na verdade, a partir do momento em que elas amam, o dinheiro não conta mais. Então, não não existe).

Por palavras? Quantas vezes por dia se fala 'eu te amo'? É assim? Vamos fazer então uma olimpíada de jogos amorosos. Quem conseguir enfiar a frasezinha mágica mais vezes durante um dia normal, ganha uma medalha. "Pode me passar o feijão-eu-te-amo? Eu-te-amo, quer o arroz?"

Palavras são vazias. (Que ironia, isso vindo de uma escritora...) Você pode me dizer um milhão de vezes que me amou mais durante todo esse tempo, e eu não vou acreditar. Vou continuar achando que é um escudo seu para não se ferir mais do já que está. Tudo bem, eu entendo - cada um se preserva do jeito que quer ou que pode. Mas...

Você diz que nunca terminaria comigo porque me ama mais do que eu. Eu terminei com você para preservar isso que ainda existe aqui e aí. Para não perder o respeito, para não quebrar pratos. Eu disse que acabou para o amor que eu sinto por você não escorrer pelo ralo. Pela sua alternativa, deveríamos ficar juntos até um matar o outro com um facão de cozinha.

E agora? Você ainda diz que me ama mais?