segunda-feira, 16 de julho de 2007

Parece que falta alguma coisa, eu só não sei o que é.

Não é apenas eu, todas as pessoas que eu conheço estão se sentindo assim.

Parece que nós crescemos e viramos uma república de solitários. Uma anarquia de perdidos. Em que ninguém fala nada porque realmente não há o que se falar; ninguém sabe materializar o que falta. Falta carinho? Falta compania? Não sei. Ninguém sabe.

Ela diz que falta dar um rumo na vida. (E essa vida tem rumo? Tem bússola? Vende no mercado? Te faz chorar, mas é feito pra rir? Nunca entendi o significado da música dos Los, apesar de ter tido várias teorias alcóolicas sobre).

Uma outra se sente sozinha. O tempo inteiro. E não importa quantas picas ela arrume em uma semana, não preenche. Só servem para ficar de madrugada acordada no msn, esperando um sinal que não vem; afinal, a regra é não se comprometer e fingir que nada acontece, compensar essa solidão comprando cortinas novas para o banheiro.

Ele procura saber quem é. (Quem diabos vai conseguir descobrir quem é passando todas as madrugadas no computador conversando sobre os subjetivos diálogos invisíveis de donnie darko?) Se divide entre um jornalista frustrado e um potencial barman que fez voto de juramento para não beber às segundas feiras.

Eu penso em Invasões Bárbaras. Naquele grupo de amigos que passou por tudo e hoje vê que não é nada. Mas não que esse nada não seja completo - serve para cada um deles. Para Rémy, não. Vive a lamentar o passado, os vinhos, as mulheres, a música. Os sonhos. É preciso se libertar do passado, pois este chegou ao fim, é dito em uma determinada hora à Rémy. Eu não tenho passado algum. (Quem vai ter um passado de vinhos/música/mulheres aos 19 anos? Mas eu sinto uma nostalgia de algo. Como se eu não estivesse exatamente vivendo. Como se a vida passasse por mim, e eu estivesse num constante aceno, como uma mocinha de filme francês vendo o amado partir num barco no rio Sena).

Eu só tenho dezenove anos e um caminhão de nostalgias.