sexta-feira, 7 de maio de 2010

para ninguém

era uma situação, vamos convir, com a ironia a molhar os lábios. intrigante poderia até servir, em uma conversa à base de cafés com os cotovelos encostados à parede, mas essa não era a situação; e não havia ninguém para ouvir. a verdade é essa: não havia ninguém para ouvir. até as paredes se retiraram.

ah, manuela, como se não soubesse que a vida tem dessas coisas: o desfazer de linhas irredutíveis (nada na vida é irredutível - note for later thought), os nós tão simples de demover das sandálias de prata. nada é tão terrível ao ponto de se construir um drama grego, nada é tão pleno ao ponto de se criar uma liberdade.

o que fazer? o que se fazer com tal informação?