domingo, 16 de novembro de 2008

acordei com vontade de laranjas. secas, maduras, amarelas, gostosas. quando olhei para o lado, o gato branco havia posto as duas patas da frente sobre o caderno onde antes dormi escrevendo, e as outras duas sobre o telefone, largado no chão. talvez isso signifique alguma coisa. sei apenas que não havia laranjas nem aqui nem no supermercado; frutas desse tipo não se encontram embaladas por ar-condicionado, elas devem ser frescas como instantes; como sonhos. sonhos têm essa particularidade cruel: quando são ruins, é uma dádiva acordar e tocar a realidade. quando são bons e se acorda, caem as lágrimas de desejo. por quê? por quê acordar?