terça-feira, 17 de janeiro de 2012

dessa estranha mania do pertencer

os pertences ficam por aí, soltos, largados, como se vontade tivessem de correr mundo. nunca vi espalharem-se tanto. a mala em são paulo foi devidamente recuperada, pois sim - mala esta desossada por um um cruel, crudelíssimo guichê da alfândega italiana -, mas falta recuperar os livros - a coleção completa de graciliano -, o discos - ah, transa, como você me fez feliz um dia -, as pastas de documentos, as autorizações de imagem. os quadros. aquele que você detesta. juntar, caquinho a caquinho, todas os mínimos espalhados pelo quintal. estendê-los ao sol, curá-los do mofo. sair à cata dos papéis perdidos - onde foi parar o passaporte mesmo?

e você ainda me fala em permanência.