quarta-feira, 8 de outubro de 2008

as coisas vão acontecendo, e eu só percebi que já tinha ido quando cheguei em outro aeroporto e não o reconheci:

-onde estão as cadeiras azuis?

A mala apoiou-se no chão da rodoviária. Ela estava sem dinheiro para um avião, mas veja só, quando entrou no metrô da Paulista rumo à estação Tietê poderia jurar de pés juntos que teria a alegre companhia de uma aeromoça servindo sucos light e cerveja preta.

Nunca havia estado em rodoviária tão grande. Ou já? O aeroporto de Vitória é claustrofóbico. Dezenas de executivos de sotaque estranho às seis da manhã entupindo-se de pó e café, disputando a palmo os azuis assentos, enquanto um homem careca tenta organizar quatro filas ao mesmo tempo em que impede com dois finos braços que as pessoas corram desesperadas em direção à pista.

Lavínia tinha R$65,48 na conta bancária. Para onde fosse, não iria ser mais longe que aquilo - sua distância máxima estava calculada em R$65,48 e a qualquer momento o banco poderia cobrar os juros do cheque especial. Não queria passar pela vergonha de explicar a situação ao vendedor - vai saber se ele me engana.