segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A solidão é dura e cortante como esse vento frio do Rio de Janeiro, que rasga a pele e se encontra no meu peito nu coberto parcamente por um pano preto. Dura e irresistível: o estar sozinha torna-se não mais uma condição, mas um estado vicioso. Pelo medo. Medo dos outros até, mas particularmente medo de mim - bicho retraído, acuado. Faz frio no Rio de Janeiro - frio como nunca senti, sou de cima, onde todas as noites são quentes. Era bicho de expansão, transformei-me em bicho calado. viver é um desejo renovado a cada manhã, mas estranhamente tenho tido muita dificuldade para dormir. dentro de mim cabe o mundo, mas anteontem não consegui abraçar minhas pernas. talvez seja um problema da água.


e do sol de classe média.