domingo, 28 de setembro de 2008

a questão é que estou perdida, entende, presa em um curso que não tem nada a ver comigo, em um trabalho estressante e desprezível, onde tenho de aturar coisas que se fosse há dois anos, jamais aturaria, parada no sinal amarelo, sem saber se vou para frente ou se dou ré e amasso todos os carros; não havia problema em amassar os fuscas e celtas da vida, mas agora quem vai pagar o seguro? não o meu, mas o dos outros, claro, quando eu passar por cima de suas cabeças. se eu passar. e tudo vai desaguar em um hospital, em uma dessas esquinas-ladeiras da avenida paulista, mais uma dessas ruas de são paulo que brotam do nada e terminam em lugar algum, e eu ali, parada, segurando um controle remoto de um aparelho qualquer, em um espaço qualquer, tentando entender como diabos fui parar ali, sem nem ouvir a qualquer filosofia barata que tentavam me vender sobre a crise americana. eu sei que a cidade é grande e fria, mas de uns tempos para cá ando querendo me perder, sabe? levo a impressão que no rio de janeiro me acharam.