quinta-feira, 12 de junho de 2008

aqui no trabalho, aqui na faculdade, aqui na VIDA, vamos assim resumir, eu sou conhecida como a garota da bolsa aberta. minhas bolsas estão sempre escancaradas e geralmente com algum papel saltando para o mundo, meio em posição de bebê. e as pessoas do trabalho, da faculdade, da VIDA, vamos assim resumir, acham isso um absurdo. uma completa falta de privacidade, uma atitude quase pornográfica, chamem os seguranças, a menina deixou a bolsa aberta!

eu não vejo nada demais. mesmo.

vamos pôr desse jeito: se a moda mora na Fifth Avenue, eu tenho uma casa no Bronx. não uso aquelas bolsas enormes a tiracolo que parecem estar prontas para engolir a dona, o cachorro, a mãe da dona e sua conta astronômica de cartão de crédito. minhas bolsas são pequenas até. therefore, comportam pequenas coisas como cigarros, papéis, canetas, pen drive. elementos pornográficos, veja bem.

e outra coisa. eu sou desleixada por natureza - deve ser coisa de baiano, encarar qualquer lugar em que permaneça por mais de trinta minutos como seu -, e eu já considero minha minisalasemjanela uma parte de mim, o meu cantinho, onde meus amiguinhos vêm me encontrar pela manhã quando estão sem nada para fazer. e venhamos e convenhamos que na sua casa você deixa a bolsa aberta. ora bolas. ou você imagina que nem dentro de casa está protegido?

agora. invasão de privacidade meu orifício anal. ligar para o celular de X e perguntar, como se fosse a coisa mais normal do mundo: onde você está? fazendo o quê? invasão de privacidade SIM. deixar a bolsa aberta. invasão de privacidade não. ligar a sua fucking webcam no meu emessiene. invasão de privacidade SIM. deixar a bolsa aberta NÃO. sabe por quê? - além do fato já mencionado de não existir nada demais no meu pobre acessório - eu não estou esfregando minha vida na sua. quem pega um binóculo para tentar descobrir o que está escrito no papel histérico emergindo da minha sacola é um PSICO, procure tratamento. mas não me acuse de invadir a sua privacidade.