quarta-feira, 2 de abril de 2008

Quando a semana é ruim, consigo sentir o cheiro de estrume desde o domingo à noite. Computador quebrado - vírus por mp3 -, pesadelos com Henrik Ibsen me perseguindo e gritando: "o trabalho está atrasado, Nora, o trabalho está atrasado", fita que dropa e eu às voltas com o manual da câmera em francês, e, agora, o joelho esquerdo resolve estourar. Dentro de poucos dias, um terremoto de 7.3 na escala Richter acontecerá no Rio de Janeiro, com a estranha característica de atingir somente um bairro, e dentro desse bairro somente uma rua, e dentro dessa rua, somente um edifício. O dos judeus e nordestinos fãs de jazz.

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Olhei a definição de "festival" no dicionário on-line.
festival

do Ing. festival <>

s. m., Angola,
grande festa, cortejo cívico;
espectáculo.

do Lat. festivu
adj. 2 gén.,
festivo.
Aaaaah.
Agora entendi tudo. As regras do É tudo verdade eram bem simples: os ingressos são de graça, e serão distribuídos uma hora antes do filme, para evitar concentrações - afinal, isso é um festival! O que dizer, então, de uma zé-ruela, namorada de ninguém, filha de ninguém, funcionária de lugar algum, que chegou com sua bolsinha às 19h10 para o filme às 20h, e não havia mais ingresso?
"Senhora, só foram disponibilizados 50 ingressos para não-convidados."
"E quantos lugares há na sala?"
"350".
"Ah".
Espetáculo. Espetáculo. Lembre-se sempre, L., festival no Rio de Janeiro é espectáculo.
***
Preciso de férias.