Uma mulher, beirando os 40 anos, entra no 583. De roupão. Cabelo solto, despenteado, como quem acaba de sair do banho. Carrega uma necessáire transparente com bolinhas rosas. Senta-se na primeira cadeira. (Eu olho a cena COMPLETAMENTE intrigada, ao contrário do resto do ônibus que acha aquilo completamente normal) Depois de uns dez minutos, a senhora pede ao motorista para parar o ônibus. Ele pára no meio da rua e eu olho: estamos em frente a uma mega-super-gigante academia que brotou da terra - porque eu nunca havia reparado naquilo antes. Indo em direção à saída, a mulher passa por mim e eu não deixo de reparar em seu biquíni: decotadíssimo, azul marinho.
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No msn:
Lett: depois de dois anos no funcionarismo público, você é efetivada. eu sei, porque quando minha mãe completou dois anos, ela deu uma PUTA festa.
.ju.: sua mãe trabalha aonde?
Lett: no juizado de pequenas causas.
.ju.: CREDO
.ju.: bipolar e trabalhando no juizado de pequenas causas
.ju.: ela ia te deixar LOUCA
Lett: você acha que eu saí de salvador porquê, babe? cinema é só uma fachada.
.ju.: HAHAHAHAHA
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eu sinto uma saudade enorme das pessoas. mas, tenho medo de dizer isso a elas, porque pode parecer que eu sou carente demais. ao mesmo tempo, se eu não disser, pode parece que eu sou fria. como eu faço para demonstrar que eu amo aquela pessoa, sinto sua falta, mas essa distância não acaba com a minha vida? o.O
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