sábado, 23 de outubro de 2010

babe, me conta uma história para dormir? com dragões, resgates e labirintos perdidos em meio a ilusões que se transformam em cecílias - sonhos de menina.

babe, cansei de acordar rangendo os dentes: escalar postes para descobrir de onde vem a eletricidade gasta muito os calcanhares. dentro de mim mora um pássaro - veludíneo, pantanoso e que recebe lições de vôo. rebelde, gostaria de ser gato - para subir nas árvores arranhando troncos e derrubando os fios dos postes (afinal, de onde vem a eletricidade?)

babe, as pontas dos dedos estão todas corroídas e usurpadas; há mofo nos meus cotovelos, acredita? as mesas dos restaurantes não são mais como eram as de antigamente - andam todas duras, de marrom puído. o carteiro deixou de me entregar as cartas em mãos - agora as passa por debaixo do tapete. aliás, o preço dos selos aumentou um tanto, enviar as cartas forjadas às mãos custa muito mais caro do que se supunha há um par de anos.

me escreve? sinto falta dos teus ais e dos teus esses.

aliás, minto: sinto falta mesmo é do barulho dos teus dentes ao receber notícia boa.

um beijo.