domingo, 12 de setembro de 2010

domingo

t. b.,

entre antibióticos, antiinflamatórios, nelo johanns e ana cristinas um poema me veio à cabeça. fala sobre pássaros perdidos. sobre não percebermos os pássaros perdidos.

o rascunho é mais ou menos assim:

paralelamente percebi pássaros perdidos pousando
[ insensíveis indiscretos insalubres insistentes
pássaros. porém perdidos.
paciência, pedro, pedem.
paciência, pedro, provocam.


mas ainda não sei para onde ir. vou pensar durante à noite.


aliás, quando eu voltava para casa hoje de manhã, o céu estava com um azul, meu amigo, que nem se eu engolisse todo o livro de história de arte do tate modern eu seria capaz de definir. era um tom lisérgico, com amplas possibilidades e todas elas povoadas de pássaros e criaturas mágicas & livres. como seria ter asas, hein?

[ mundo, acorda!

[depois de muito pensar, decidi a próxima tatuagem (acho que farei em londres): ombro direito, balões que sobem ao céu. e embaixo, we're just balloons faking reality.]

será que existe uma profissão em que se passe o dia escrevendo cartas? não as cartas da montenegro naquele filme ruim do walter, mas CARTAS de verdade, com vidas inventadas; e se eu inventasse um projeto em que todo dia eu escrevesse uma carta, baseada na vida de uma pessoa, toda arrumadinha e montadinha e mandasse para um endereço qualquer da lista telefônica? isso mudaria a vida de alguém? mudaria a sua vida receber uma carta vinda-de-qualquer-lugar de uma pessoa que abre o seu coração e seus pensamentos, mesmo que não seja verdade? SERÁ QUE PAGARIAM POR ISSO? rá rá rá. preciso acertar a mega-sena. e logo. preu poder comprar meus amigos e descontar minhas idéias do imposto de renda.

promete que você não deixa de me amar porque eu tenho pensamentos malucos? porque você é lindo e eu te amo, mesmo eu sendo um caos. aliás, eu te amo pra caralho. aliás, é tanto amor que acho que até curaria a fome na áfrica.


luv always,

m.