quarta-feira, 11 de março de 2009

(achei que merecia)

"12 de março, 2009.

(...) E sobre liberdades de escolha, ai... É tão difícil isso que eu vou dizer, mas lá vai: esse excesso de liberdade me angustia. Poder ir para qualquer direção. Não ter controle sobre as ações - porque assim, se eu sair do emprego, posso ficar super bem, legal, ok, OU pode aparecer um curso do, sei lá, Fernando Meirelles no Rio, workshop, 500 reais. E eu vou ficar com cara de CU, chorando todos os dias. E isso é apenas o mínimo.

Lá no jornal, eu sou a mais sacaneada por isso. Eles realmente me pegam de Judas - a justificativa é que eu 'sonho' demais, e quero fazer tudo ao mesmo tempo. E eles, claro, dizem que eu não consigo. Mais um dos motivos para eu me sentir tão sacaneada / para baixo / humilhada / frustrada quando volto pra casa. Trabalho é trabalho, eles não são meus amigos, definitivamente não me conhecem, e certamente não têm que meter o dedo na minha vida. Mas magoa quando você ouve, repetidamente, dia após dia, nego dizendo que você não é capaz de fazer tudo que quer, que é uma confusão ambulante.

(Sabe? No mundo ideal, eu ganho esse concurso de roteiro, mando todos daquele infeliz jornal à merda, e só saio de casa para trabalhar se for com cinema.) Mas eu não tenho grandes esperanças de ganhar; já perdi muito concurso de poesia nessa vida para entender que sempre ganha o normal, o tradicional com roupagem nova, o bonitinho. Nada que eu produzo é "bonitinho". (...)"