domingo, 10 de agosto de 2008

fui ver batman pela décima-terceira vez, e não por um senso de obra-prima ou o que seja, mas além do fato de levar um amigo ao cinema, um ponto específico da minha tese sobre o nolan tinha que ser provado empiricamente.

o nolan é um obssessivo. como todo grande diretor. que persegue um único assunto - nunca encontra uma resposta, obviamente, porque se encontrasse, adeus grande diretor -, em toda a sua obra. hitchcock é o medo, scorsese é a fé, tarantino é o passado (e mais especificamente, a adolescência).

em todos os filmes do nolan, ele trata de um único tema apenas. dane-se frank miller, batman, warner brothers. e o ledger entrou na onda dele. por isso o coringa não é apenas criação do ledger - 50% pertencem ao nolan. até porque ele escreveu o roteiro as well.

(todo diretor obsessivo também escreve o roteiro; hitchcock trabalhava com story board, o que no caso dele, substitui o roteiro, visto que ele pegava umas histórias chinfrins, uns livros ruins para caralho, extraía o medo, colocava uns passáros na grade - panz!)

se o próximo filme for realmente o do pingüim/charada, vai ser muito fácil. pela própria HQ, os dois já são esquizofrênicos.

(aí você vem e me fala - mas na HQ, o Coringa também era louco! eu te respondo - no de 89, Tim Burton, o Coringa do Nicholson não era louco. era um criminoso, bandido, sagaz, esperto, irônico - charmoso. o Coringa de Ledger/Nolan está no limite entre o sadomasoquismo, o niilismo e a loucura.)