recusando-me a estar sozinha. meu coração
inquieto vagueia por esquinas e paradas quanto for possível.
invento ilusões, picos de montanhas, posições de yoga e frenéticos
acordes para a orquestra que nunca terei. leio, leio muito. ligo para os
amigos mais incautos e ficamos a tomar chá e tecer nós durante toda a
tarde. em suma, crio elefantes na sala: preencho os espaços em branco
com o máximo de verbos que couber. sempre em busca do azul. a procura
do azul move montanhas - ou, ao menos, pratos de porcelana barata.
pergunto-te: onde mora a sanidade? devemos incorrer erros em busca
de verdade qualquer ou evitá-los a fim de compreender a eletricidade?
faço-me entender? devemos insistir em nossos desejos furiosos - rompantes
de água - ou fluir pela catequese psicanalítica da verdade?
pergunto-te porque, sob todas as análises, estar ao lado de - ou insistir no erro, ergue-me a bandeira a orelha direita - seria a
medicação mais indicada para as falhas de caráter existenciais. ou a
pura e velha necessidade de amar & ser amada.
seguir a pavimentação ou pôr os pés na terra? em
qual momento abater árvores não é tão somente repetir o discurso
gasto?
deveríamos afastar ou construir, mão &
mão, o trampolim? até que ponto atravessar cidades, indo de uma paixão à
outra, não se trata de correr em círculos no mesmo quarto?
por fim:
estou sempre a esperar notícias do atlântico.
beijos muitos & todos