sob palavras, vejo-te
corpo exposto
à mesa
cobrimos de vidro
e sal
chamamos casa
nos inundamos de
mar
entretanto, luz.
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esqueço-me da noite quando em ti
percorro a casa vazia
a te procurar
atenta aos sinais mais absurdos
às obsessões clandestinas que
nos uniram quando
do instante
os braços doem.
decido parar de contar
gaivotas.
depois paro e penso
(no teu mar)
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sintoma das gaivotas
das ondas,
a inevitável diferença entre
o assombro
e a sublime experiência
do infinito.
carrego de instante os bolsos
as mãos trafegam, não
sem ardor, pelas linhas
do teu mar
agora, observe.
vê o esmorecer do vermelho junto ao
cais?
as aves soçobram o tempo e
gritam: