segunda-feira, 12 de novembro de 2012

estou em dias de agonia. corro e ardo, jogando os braços contra a parede à espera de. não há azul, não há azul, não há azul - seria o maremoto se anunciando? creio que não: creio ser, afinal, mais do mesmo. círculos em torno do amarelo-ocre, o espaldar de um mil novecentos e setenta e sete. atraso-me por não conseguir levantar: a rua arrefece enquanto as mãos, nuas, reconstruem o oceano. de todas as janelas, as vermelhas. tenho saudades de ricardo, o que percorreu estradas - gostava de tocar a sua liberdade. não, poesia não se faz com o fígado. poesia arranca - e não há garganta que a faça parar.