desisto de contar gaivotas.
recolho-me à passividade dos desesperançados.
passividade - vem de paixão, sabia? respirar aos poucos, um espasmo de cada vez.
tenho miniaturas de casas holandesas, gatos, vacas, elefantes, um trompetista e uma caixa musical. (toca mozart). procuro fugir do óbvio com miniaturas de animais: um dia terei meu zoológico particular na entrada de casa. uma galinha seguida de um dom quixote.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
tríptico
sob palavras, vejo-te
corpo exposto
à mesa
cobrimos de vidro
e sal
chamamos casa
nos inundamos de
mar
entretanto, luz.
****
esqueço-me da noite quando em ti
percorro a casa vazia
a te procurar
atenta aos sinais mais absurdos
às obsessões clandestinas que
nos uniram quando
do instante
os braços doem.
decido parar de contar
gaivotas.
depois paro e penso
(no teu mar)
****
sintoma das gaivotas
das ondas,
a inevitável diferença entre
o assombro
e a sublime experiência
do infinito.
carrego de instante os bolsos
as mãos trafegam, não
sem ardor, pelas linhas
do teu mar
agora, observe.
vê o esmorecer do vermelho junto ao
cais?
as aves soçobram o tempo e
gritam:
corpo exposto
à mesa
cobrimos de vidro
e sal
chamamos casa
nos inundamos de
mar
entretanto, luz.
****
esqueço-me da noite quando em ti
percorro a casa vazia
a te procurar
atenta aos sinais mais absurdos
às obsessões clandestinas que
nos uniram quando
do instante
os braços doem.
decido parar de contar
gaivotas.
depois paro e penso
(no teu mar)
****
sintoma das gaivotas
das ondas,
a inevitável diferença entre
o assombro
e a sublime experiência
do infinito.
carrego de instante os bolsos
as mãos trafegam, não
sem ardor, pelas linhas
do teu mar
agora, observe.
vê o esmorecer do vermelho junto ao
cais?
as aves soçobram o tempo e
gritam:
domingo, 18 de novembro de 2012
tenho o sintoma das gaivotas
trazem com as ondas
a inevitável diferença entre
o assombro e a sublime experiência do infinito
carrego de instante os bolsos
onde as minhas mãos trafegam
- não sem ardor -
pelas linhas do teu mar
agora, observe.
vê o esmorecer do vermelho junto ao cais?
agosto não é mais como queríamos
as aves soçobram o tempo e
dizem:
vem.
trazem com as ondas
a inevitável diferença entre
o assombro e a sublime experiência do infinito
carrego de instante os bolsos
onde as minhas mãos trafegam
- não sem ardor -
pelas linhas do teu mar
agora, observe.
vê o esmorecer do vermelho junto ao cais?
agosto não é mais como queríamos
as aves soçobram o tempo e
dizem:
vem.
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
estou em dias de agonia. corro e ardo, jogando os braços contra a parede à espera de. não há azul, não há azul, não há azul - seria o maremoto se anunciando? creio que não: creio ser, afinal, mais do mesmo. círculos em torno do amarelo-ocre, o espaldar de um mil novecentos e setenta e sete. atraso-me por não conseguir levantar: a rua arrefece enquanto as mãos, nuas, reconstruem o oceano. de todas as janelas, as vermelhas. tenho saudades de ricardo, o que percorreu estradas - gostava de tocar a sua liberdade. não, poesia não se faz com o fígado. poesia arranca - e não há garganta que a faça parar.
domingo, 4 de novembro de 2012
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