a tenra carne
sobrevoa concretos
túneis:
por onde nascem
mapas
de desejo
- lilases que sorriem.
domingo, 21 de novembro de 2010
eu tenho um gato chamado lou reed.
lou reed me morde; me acorda quando o dia ainda pede sono. lou reed vem me receber, todos os dias, na porta de casa. quando ele não está, o dia não faz sentido. (ele é um gato e tem seus momentos de solidão).
lou reed dorme comigo e não abre espaço para estranhos. para chegar até às encostas, é preciso passar por ele antes: pedir autorização. os olhos verdes de lou reed devoram meus receios de ontem.
lou reed me morde; me acorda quando o dia ainda pede sono. lou reed vem me receber, todos os dias, na porta de casa. quando ele não está, o dia não faz sentido. (ele é um gato e tem seus momentos de solidão).
lou reed dorme comigo e não abre espaço para estranhos. para chegar até às encostas, é preciso passar por ele antes: pedir autorização. os olhos verdes de lou reed devoram meus receios de ontem.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
a vida no campo
da minha mesa, avisto uma porta de madeira, tapetes felpudos, cama lisa. televisão desligada; os silêncios em seus respectivos lugares e os pensamentos, todos, externos: ocupam o quarto. poderia morar aqui. falta-me apenas uma cozinha: mas há espaço suficiente no frigobar para os rascunhos.
vim para cá dar aula (ensinar o quê, meu deus?), sim, mas antes, repôr as pedras retiradas da praia - falando de gramática perdemos horas, mas onde vai mesmo aquele acento? ele não tinha sido excluído? a separação das sílabas continua a mesma? percorremos com o lápis o mesmo desenho ou, separados, inventamos labirintos? sim, a sintaxe continua importante, mas a taça jules rimet vai para quem descobrir primeiro onde vai o acento de gatuno.
o chão traz memória de ontem. se o passado existe, ele deve ser soar como essa porta de madeira.
vim para cá dar aula (ensinar o quê, meu deus?), sim, mas antes, repôr as pedras retiradas da praia - falando de gramática perdemos horas, mas onde vai mesmo aquele acento? ele não tinha sido excluído? a separação das sílabas continua a mesma? percorremos com o lápis o mesmo desenho ou, separados, inventamos labirintos? sim, a sintaxe continua importante, mas a taça jules rimet vai para quem descobrir primeiro onde vai o acento de gatuno.
o chão traz memória de ontem. se o passado existe, ele deve ser soar como essa porta de madeira.
domingo, 14 de novembro de 2010
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
terça-feira, 9 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
there's a blue bird inside my heart that wants to get out - assim canta chet baker, enquanto corre o dia. há tanto a se fazer (há tanto a se dizer, melhor) que ainda me perco com os cacos escondidos na madeira. pois bem: não foi por falta de tentativa. escondo-me no preto, recomeço a contagem, quando foi que nos perdemos? onde risquei o traçado? por conseguinte, em qual viela torta se esquivaram os mapas?
ainda tenho medo.
ainda tenho medo.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
felicidade
paul mccartney faz show em são paulo e eu não vou - that's ok, paul, we'll meet soon in london -, a senha do cartão está bloqueada (mas o dinheiro anda sobrando, estranhamente), ontem o lucas disse que eu era uma 'grande autora' e meu sorriso engoliu todo o jardim botânico. apesar dos quilos a mais, das tragédias a menos e do caos persistente, todas as contas do mês foram pagas, lou reed continua walking on the wild side, meu disco predileto do paul é quando ele sobrevoa a inglaterra e acordar com você ainda é revoada.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
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