quarta-feira, 4 de novembro de 2009

determinadas coisas a gente não perdoa. nem deus perdoa. alice não esquece o tapa no rosto, de marca quente e pele fria, agarrada à parede, com desejo de matar. matar mesmo. a gente que vibra em filme do clint eastwood não entende desejo de matar, de pegar o garfo e enfiar na garganta até ver sangue.

daí alice correu, só de camisa, pela rua, e tava sol. um sol do caralho. chorou pra caralho também. enrolou as mãos no peito e se fez uma só, até esmiuçar tudo quanto era água dentro. depois recolheu o que ainda havia de dignidade e foi embora.

agora. você vem, diz alice, e me pede para superar? para esquecer? para passar por cima? alice anda dormindo pouco, muito pouco.