Eu sou tão triste que dói.
Não é um estar triste - é ser. É todos os dias olhar pela janela, ver o mundo e criar coragem para atravessar a rua. Isolar-se das pessoas, afastar aqueles que, por algum acaso, ainda tentam se aproximar - se refugiar nos cobertores.
Acordar todos os dias com uma angústia travada, uma merda de um choro contido que não sai de jeito algum e fica sugando, rasgando, irritando, extorquindo. Eu finjo um sorriso para não mostrar a minha incapacidade de chorar. Eu rio porque dói. Dói todos os dias. Eu existo porque dói.