as idéias partem desse porto onde ninguém sabe exatamente os horários de partida, de chegada e nem os nomes dos passageiros. não há uma lista de documentação necessária: embarca quem consegue convencer o tripulante que está apto a.
eduardo coutinho me ensinou a ver filmes. me ensinou a conhecer pessoas. me ensinou a prestar atenção no meu vizinho. me ensinou o que é ética.
e assistir a esse homem, que saiu de sua casa para falar a um bando de desocupados narcisistas, discorrer sobre a paixão de fazer cinema é algo inenarrável. pertence ao porto, aos marinheiros, às areias.
enquanto todo o mundo ruía, sob a prerrogativa vã de um debate sobre as imagens do povo, ele residia na pequenez: a minha utopia é estar vivo - o que é difícil pra cacete - e fazer filmes.