quarta-feira, 16 de junho de 2010

lembra?

quando nós deitávamos - três crianças - no chão do quarto, tapete branco, estendido, liso, sobre a noite e a brincadeira era assim: cada um começa com um sonho que teve. tem que ser real, não pode ser inventado, hein? deitados, cachos e cachos esparramados, íamos completando os nossos sonhos, escorrendo realidade ralo abaixo. falávamos de tubarões, vitórias-regias, plásticos que viravam gente, pássaros - tantos pássaros voamos - e a tal-da-onda-perfeita que sempre aparecia, bem como nossos céus. éramos o céu.

ontem, passou na televisão um filme delicado, em que pessoas dedilhavam o céu com escadas imensas. mas engraçado: teve época em que para virar avião, só se precisava de um chão branco.