há, decerto, uma calmaria: consegue escutar aqueles poucos passos, lá ao fundo das cortinas? talvez seja um horizonte futuro se anunciando, cantarolando lou reed em tardes furtivas. o certo é: criamos essa bolha, louca, metamorfa, prosada em versos e descortinada em manhãs, onde existe apenas o que desejamos que exista.
queremos azul? o azul existe. queremos relógios? criamos o tempo. queremos confetes? o universo poderia caber em seus lábios - e o trafegar das nuvens é lento, cordial e amistoso.
para registro futuro:
(nesse bilhete marmelo endereçado a janelas distantes)
o maior amor do mundo se esconde atrás de lilazes e gaivotas e dissipa desejo através de palavras e abraços.