a primeira vez que ouvi falar em the doors foi pelos ouvidos de um irmão mais velho: toma, você gosta de nirvana, escuta isso para entender o que é rock n' roll. era o clássico show em L.A. (disco duplo, capa preta, encarte magnífico).
eu, uma menina batizada em beatles e tom jobim, recém-sugada para o universo das camisas de flanela e da rebeldia maior que a barriga, fiquei extasiada. trocava o primeiro pelo segundo o primeiro pelo segundo o primeiro - até dormir, ao lado de jim morrison, ray manzarek, robby krieger e john densmore. o que eram aqueles teclados? por quê não conseguia parar de mexer os dedos, as pernas? não havia mais paredes nem janelas nem boundries only abyss and canyons.
ouvir roadhouse blues pela primeira vez é segurar, com ambas as mãos, dedos fechados, o êxtase. o bliss. o máximo aonde o ser humano pode chegar com sua criatividade limitada - é o doors.
ano passado, no festival do rio, consegui, na surdina, adentrar a sessão lotada de 'when you're a strange - a film about the doors'. pela violenta trajetória e o absurdo som - que banda alguma conseguiu reproduzir ou dar seqüência depois -, os doors já renderam um emaranhado de livros & filmes & artigos. sempre envoltos no fog misterioso de 'jim morrison, o santo-poeta-cineasta-beat'.
mas esse documentário não se apóia no insuportável culto ao lizzard king - o filme percorre a trajetória da banda e ponto. resgata as imagens dos dois documentários produzidos por morrison durante 65-72 e fotos incríveis dos acervos da família doors.
um ano depois, vim a descobrir que o filme foi baseado em um livro que somente ontem chegou ao brasil - the doors por the doors. custa sessenta reais, é um calhamaço de quinhentas páginas e mais de duzentas imagens pessoais. mas qual a diferença dele para os outros, você me pergunta. o narrador. os narradores, aliás.
the doors por the doors é todo baseado em entrevistas realizadas por um jornalista da rolling stone ao longo de quarenta anos. estão lá jim, ray, robby e john SPEAKING FOR THEMSELVES. a banda sempre prezou a idéia de comunidade - as letras eram assinadas pelos doors, e não por lennon/mccartney, digamos assim. os royalties eram divididos igualmente. e ninguém exigia nada do companheiro ao lado - um terrível gerador de culpa nos anos pós-1960, let's put it that way.
enfim. tudo isso é para dizer que the doors sobrevive. aqui e sempre.
eu, uma menina batizada em beatles e tom jobim, recém-sugada para o universo das camisas de flanela e da rebeldia maior que a barriga, fiquei extasiada. trocava o primeiro pelo segundo o primeiro pelo segundo o primeiro - até dormir, ao lado de jim morrison, ray manzarek, robby krieger e john densmore. o que eram aqueles teclados? por quê não conseguia parar de mexer os dedos, as pernas? não havia mais paredes nem janelas nem boundries only abyss and canyons.
ouvir roadhouse blues pela primeira vez é segurar, com ambas as mãos, dedos fechados, o êxtase. o bliss. o máximo aonde o ser humano pode chegar com sua criatividade limitada - é o doors.
ano passado, no festival do rio, consegui, na surdina, adentrar a sessão lotada de 'when you're a strange - a film about the doors'. pela violenta trajetória e o absurdo som - que banda alguma conseguiu reproduzir ou dar seqüência depois -, os doors já renderam um emaranhado de livros & filmes & artigos. sempre envoltos no fog misterioso de 'jim morrison, o santo-poeta-cineasta-beat'.
mas esse documentário não se apóia no insuportável culto ao lizzard king - o filme percorre a trajetória da banda e ponto. resgata as imagens dos dois documentários produzidos por morrison durante 65-72 e fotos incríveis dos acervos da família doors.
um ano depois, vim a descobrir que o filme foi baseado em um livro que somente ontem chegou ao brasil - the doors por the doors. custa sessenta reais, é um calhamaço de quinhentas páginas e mais de duzentas imagens pessoais. mas qual a diferença dele para os outros, você me pergunta. o narrador. os narradores, aliás.
the doors por the doors é todo baseado em entrevistas realizadas por um jornalista da rolling stone ao longo de quarenta anos. estão lá jim, ray, robby e john SPEAKING FOR THEMSELVES. a banda sempre prezou a idéia de comunidade - as letras eram assinadas pelos doors, e não por lennon/mccartney, digamos assim. os royalties eram divididos igualmente. e ninguém exigia nada do companheiro ao lado - um terrível gerador de culpa nos anos pós-1960, let's put it that way.
enfim. tudo isso é para dizer que the doors sobrevive. aqui e sempre.