num dia qualquer desses, você há de bater à minha porta e todas as minhas palavras - antes recobertas em lágrimas, escondendo-se sorrateiramente pelas esquinas dos meus cabelos - vão sair às ruas, alegres de serem palavra novamente, alegres de não mais viverem escondidas, e o verde dos seus olhos vai virar folha e cair, suavemente, sobre a rua, como um tapete no outono, lembrando que a primavera ainda está por vir.