na sexta, no sábado e hoje. dias bonitos pra caralho no rio. é tão estranho isso. acordei, peguei o jornal na porta de casa, li e reli, estirei as pernas, o lou deitou na minha barriga. os sonhos ficaram para amanhã, depois, quem sabe; depois de vinte e um anos de angústia, precisava me acalmar. sem sair de casa. falando pouco com os amigos. tempo de reclusão mesmo. mas nada de triste, não se preocupe, sou apenas eu e meus gatos.
sensação estranha essa, de felicidade, de tudo no lugar; a gente tão acostumada com a insuficiência, quando abre os olhos para a completude parece que há uma peça estranha no quebra-cabeça.
não tenho planos para o reveillon, não faço idéia de onde estarei no natal, abandonei completamente o jornalismo e em um domingo de sol procuro passagens para buenos aires no carnaval. estão baratas, inclusive.
gosto de dançar com você, e cada vez mais. quando nos conhecemos, éramos um twist-salto-duplo no infinito: enfurecidos, de casacos de couro, na lambreta velha de papai. passamos por uma onda new wave e até uma fase gótica (ou punk, como preferir). estamos hoje bem bailando valsa, e não há necessidade de banda nem orquestra - com assobios leves, marcamos o compasso na mão e tchá, um pra lá, tchátchá, dois pra cá.