eu sou apaixonada pelo rio de janeiro. o rio, para mim, é essa puta velha, com os dentes todos careados, mas que insiste em pôr botox, pintar a raiz de loiro e sair pra night. acho as histórias dessa puta divertídissimas - e ainda vejo muita beleza em seus olhso verdes. mas talvez seja apenas eu.
o meio acadêmico - inclua aí não apenas a universidade em si, mas os teóricos que saem da academia e continuam escrevendo como se ainda estivessem - insistem nessa idéia de cidade partida. ora, estamos todos nesse mesmo barco furado. o professor da renomada faculdade particular no fim de semana vira vendedor de maconha e é assaltado do mesmo jeito. como qualquer um. o transporte público é uma merda para todos os lados - claro que se você tem um carro, parabéns, sua vida é ótima. a minha não. nem dinheiro pra táxi eu tenho. há dias em que eu pego seis ônibus. e ando feito uma infeliz.
você não está seguro em lugar nenhum. nem dentro de casa. sei lá, vai que seu vizinho é um psicopata e ninguém sabe (agora, o mundo criou essa onda onde todo mundo é socio ou psicopata). mas as pessoas insistem em ainda dividir, delimitar as zonas. não adianta. a cidade não é estática. as pessoas não são estáticas.